Biden recebe Trump na Casa Branca em primeiro gesto da transição nos EUA
O presidente eleito Donald Trump voltou à Casa Branca nesta quarta-feira (13) para se encontrar com o presidente democrata Joe Biden, que prometeu uma transição pacífica.
O que aconteceu
Biden convidou o rival republicano ao Salão Oval. Convite foi feito após a derrota eleitoral da vice-presidente Kamala Harris na semana passada, embora Trump não tenha feito o mesmo com ele em 2020. O republicano também visitará o Capitólio, onde em janeiro 2021 centenas de simpatizantes de sua candidatura tentaram impedir a certificação da vitória de Biden.
A Casa Branca informou que a reunião no Salão Oval durou duas horas e foi concluída. A imprensa só entrou na sala por cerca de um minuto, mas os jornalistas ouviram Trump dizer algo sobre como a política é dura e agradecer a Biden por uma "transição suave de poder". "De nada", respondeu o presidente. "A política é difícil e em muitos casos não é um mundo bom, mas é um mundo bom hoje", afirmou Trump, num dos poucos comentários feitos enquanto a imprensa estava presente.
Os dois líderes apertaram as mãos. "Bem-vindo, bem-vindo de volta", disse Biden. "Agradeço por isso, Joe", respondeu Trump ao presidente.
Joe Biden declarou que espera uma "transição suave". Ele disse ao presidente eleito Donald Trump que vai garantir que o republicano seja acomodado quando retornar à Casa Branca, em janeiro de 2025.
Trump e Biden discutiram segurança nacional e política interna em reunião, segundo a Casa Branca. "Foi uma troca de pontos de vista", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, durante a coletiva de imprensa. Participaram do encontro o atual chefe de gabinete, Jeff Zients, e a nova chefe de gabinete, Susie Wiles.
Biden defendeu uma transferência de poder tranquila durante a reunião. Encontro teve início às 13h, no horário de Brasília. A expectativa é de que o democrata sinalize para que Trump mantenha o apoio à Ucrânia. O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, havia informado que Biden abordaria os principais temas de política externa, incluindo o apoio à Ucrânia no conflito com a Rússia, criticado pelo republicano. "O presidente terá a oportunidade de explicar ao presidente Trump como vê as coisas, qual é sua posição", declarou Sullivan ao canal CBS no domingo.
Do lado de fora, na entrada da Casa Branca, uma enorme multidão de jornalistas se reuniu para acompanhar o encontro. Os sinais da iminente transferência de poder eram evidentes, com a construção já em andamento das arquibancadas para os convidados VIP se sentarem durante o desfile que ocorrerá após a posse de Trump em 20 de janeiro.
Trump comemorou sua vitória no início do dia com os republicanos na Câmara dos Deputados. "Não é bom ganhar? É bom ganhar. É sempre bom ganhar", disse Trump. "A Câmara se saiu muito bem."
Tradição foi restabelecida
O convite de Biden restabelece uma tradição que Trump quebrou quando perdeu as eleições de 2020. Na ocasião, o republicano se recusou a encontrar com Biden e a comparecer à cerimônia de posse.
O ex-presidente Barack Obama recebeu Trump na Casa Branca quando o magnata venceu as eleições de 2016. Quando Trump deixou a Casa Branca em 20 de janeiro de 2021, muitos republicanos o criticaram por ter incitado uma multidão antes do ataque ao Capitólio. Contudo, os republicanos voltaram a ficar ao seu lado, em parte devido à sua capacidade de mobilizar eleitoralmente o movimento de direita que o levou novamente ao poder.
Trump chega a Washington DC em uma posição de força. Seu partido retomou o controle do Senado dos democratas e está muito próximo de confirmar a maioria na Câmara de Representantes.
Biden e Trump têm criticado duramente um ao outro há anos. Suas respectivas equipes têm posições muito diferentes sobre políticas que vão desde as mudanças climáticas até a Rússia e o comércio.
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Quero receberO democrata retratou Trump como uma ameaça à democracia, enquanto o republicano retratou Biden como incompetente. Trump fez falsas alegações de fraude generalizada depois de perder a eleição de 2020 para Biden.
*Com AFP e Reuters
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