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Joe Biden desembarca em Manaus para visita à Amazônia

Do UOL, em São Paulo

17/11/2024 13h45Atualizada em 17/11/2024 19h14

O presidente dos EUA, Joe Biden, desembarcou no aeroporto de Manaus na tarde deste domingo (17) para iniciar os compromissos no Brasil. Da Amazônia, o democrata segue para o Rio, onde participa do G20.

O que aconteceu

Biden é o primeiro presidente norte-americano em exercício a visitar a floresta. O avião presidencial pousou por volta de 12h30 no horário local (13h30 no horário de Brasília) e, em seguida, a comitiva fez um passeio aéreo pela região.

Helicóptero Marine One com presidente Joe Biden sobrevoa o Rio Amazonas Imagem: Saul Loeb/AFP

Democrata também visitou Museu da Amazônia. Segundo agenda divulgada pela Casa Branca, o representante dos EUA encontrou líderes indígenas e pesquisadores e visitou o Musa — que ocupa uma área de 100 hectares em Manaus e é considerado um museu vivo, de floresta nativa. Durante a viagem, Biden assinou um decreto, instituindo 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação nos EUA.

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Áreas escolhidas para sobrevoo. Biden pediu para sobrevoar áreas da floresta que tenham sido afetadas por fogo e erosões e também quis ver o encontro das águas dos rios Negro e Solimões.

Acompanhado de cientista e autoridades, Biden sobrevoou a floresta acompanhado do cientista Carlos Nobre, coautor de uma das edições do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, na sigla em inglês) e um dos pesquisadores de clima mais respeitados do mundo. Também estavam no helicóptero o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil); o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante); a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley; e pela chefe do escritório do Itamaraty na Região Norte, Maria Deize Camilo Jorge.

O presidente dos EUA, Joe Biden, e sua filha, Ashley Biden, chegam ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomez, em Manaus, Brasil, em 17 de novembro de 2024 Imagem: SAUL LOEB/AFP

Presidente anunciou investimento de US$ 50 milhões (cerca de R$ 289 milhões) para o Fundo Amazônia. Segundo o comunicado da Casa Branca, as contribuições totais do país para o projeto chegarão a US$ 100 milhões (R$ 579 milhões). No entanto, o valor está sujeito à aprovação do Congresso norte-americano. O Fundo Amazônia é o esforço de cooperação internacional mais significativo para preservar a floresta tropical, financiado principalmente pela Noruega.

Valor está longe da promessa de US$ 500 milhões à Floresta. Com isso, o democrata deve encerrar o mandato sem conseguir cumprir o anúncio feito em abril de 2023 e que previa a contribuição ao longo de 5 anos.

Durante a visita ao Museu da Amazônia, Biden fez um discurso em que citou o líder sindicalista Chico Mendes, assassinado em 1988. Em referência ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, o atual presidente disse que "alguns podem tentar negar ou atrasar a revolução da energia limpa", mas "ninguém pode reverter isso".

Lideranças indígenas recebem presidente dos EUA em Manaus Imagem: Saul Loeb/AFP

G20 e encontro com Lula

Na segunda (18), Biden participa do G20 no Rio. Ele será recepcionado e vai assistir ao lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, proposta do governo brasileiro.

Encontro com Lula e almoço de trabalho com presidente brasileiro acontecem na terça-feira (19). No mesmo dia, Biden voltará à Casa Branca, nos EUA.

Bilhões para combater mudanças climáticas

Dinheiro para combater aquecimento global. Em comunicado divulgado neste domingo (17), a Casa Branca disse que, com o anúncio dos US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia, o governo Biden cumpria sua meta de investir US$ 11 bilhões por ano em financiamento internacional de medidas de combate a mudanças climáticas.

Coalizão florestal. Além disso, o governo dos EUA anunciou o lançamento de uma coalizão financeira para restauração florestal e investimento em bioeconomia. O objetivo é mobilizar US$ 10 bilhões de dinheiro público e privado até 2030 em iniciativas ligadas ao tema por meio do banco BTG Pactual e "mais de 12 parceiros" cujos nomes não foram divulgados.

Bancos de fomento. O governo Biden também anunciou um empréstimo de US$ 37,5 milhões à gestora Mombak para investir em projetos de reflorestamento de áreas degradas e sequestro de carbono. O dinheiro será repassado por meio do DFC, banco de fomento dos EUA equivalente ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) brasileiro. Os bancos de fomento também anunciaram um acordo de cooperação para financiamento de projetos ligados a clima.

Fundo de conservação. O governo dos EUA também se comprometeu a apoiar a iniciativa TFFF, um fundo de US$ 125 bilhões idealizado pelo presidente Lula — segundo a Casa Branca — para investimento em projetos de conservação de florestas tropicais. Os EUA anunciaram apoio para "finalizar o trabalho técnico e analítico necessário para projetar e instalar a iniciativa".

Com Estadão Conteúdo

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