Síria: Rebeldes tomam aeroporto de Aleppo; Irã menciona ataque em consulado

Rebeldes sírios tomaram o aeroporto civil de Aleppo e cidades estratégicas nas províncias de Idlib e Hama. As informações são do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

O que aconteceu

"Dezenas de soldados mortos". O Exército do país reconheceu o ataque rebelde. Em comunicado, afirma que militantes estavam em grande quantidade, oriundos de diversas direções, e que prepara uma contraofensiva.

Irã diz que o consulado de Aleppo foi atacado. Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores em Teerã afirmou que o local foi alvo de ofensas de "elementos terroristas armados". Nenhum membro da missão diplomática ficou ferido, segundo o órgão.

Bombardeios russos. Caças russos e sírios atacaram Aleppo e povoados nos arredores da metrópole neste sábado, segundo fontes militares sírias, para tentar controlar os rebeldes. Estes são os primeiros bombardeios russos na região desde setembro de 2015.

Invasão de rebeldes em Aleppo

Ação surpresa de rebeldes em Aleppo aconteceu na sexta-feira (29). Contrários ao presidente Bashar al-Assad, eles chegaram ao coração da cidade, no norte do país, quase uma década após terem sido expulsos de lá.

Incursão liderada pelo grupo militante islâmico Hayat Tahrir al-Sham começou na quarta-feira (27). Os combatentes ocuparam dezenas de cidades e vilarejos na província. Os comunicados sobre os avanços no país são feitos por uma sala de operações da ofensiva.

Bombardeios insurgentes deixaram mortos na cidade. A agência de notícias estatal síria, Sana, disse que quatro civis, incluindo dois estudantes, morreram após bombas explodirem em dormitórios universitários. Segundo a ONU, ao menos 27 civis, incluindo crianças, morreram desde a quarta-feira.

O comandante da brigada rebelde Jaish al-Izza, Mustafa Abdul Jaber, afirmou que o rápido avanço ocorreu devido ao número insuficiente de homens apoiados pelo Irã na província. Os aliados do Irã na região sofreram uma série de baixas contra Israel, à medida que a guerra na Faixa de Gaza se expandiu pelo Oriente Médio.

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O ataque desta semana foi o maior desde março de 2020. Naquele ano, Rússia e Turquia fizeram um acordo para abrandar o conflito. O Exército sírio disse que segue enfrentando a ação e que havia causado grandes perdas aos insurgentes em Aleppo e Idlib.

Meses de bombardeios e cercos "viraram o jogo" contra rebeldes em Aleppo em 2016. Na ocasião, ofensiva foi feita por Assad, Rússia, Irã e milícias xiitas.

Guerra civil no país era considerada contida. Assad, com a ajuda de seus aliados Rússia e Irã, conseguiu colocar cerca de dois terços do país novamente sob o controle do governo nos últimos anos, sendo que Idlib, a sudoeste de Aleppo, continua sendo o último reduto rebelde.

*Com informações da AFP e da Deutsche Welle

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