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Professor: Vitória de Trump pode ter estimulado presidente da Coreia do Sul

Do UOL, em São Paulo

03/12/2024 17h51

A vitória do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, pode ter incentivado o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, a aplicar o decreto de lei marcial, analisou o professor de Relações Internacionais da ESPM, Alexandre Uehara, no UOL News, do Canal UOL, nesta terça-feira (3).

[Talvez,] a vitória do presidente Trump tenha incentivado ou dado algumas ideias adicionais para ele neste momento . Até porque uma das bases para a lei marcial foi que ele estava estabelecendo essa lei, baixando essa lei por causa das ameaças da Coreia do Norte e de alguns políticos que, segundo seu pronunciamento, estavam alinhados com a Coreia do Norte e isso ameaçava a democracia sul-coreana.
Professor Alexandre Uehara

A lei marcial é a medida que altera as regras de funcionamento de um país, deixando de lados as leis civis e colocando em vigor leis militares. As principais consequências da lei marcial são a suspensão de parte ou de todas as liberdades fundamentais dos cidadãos que moram na área afetada.

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Sob a medida ficam restritos o direito de se deslocar, se reunir, manifestar opinião e até mesmo o direito de não ser preso sem fundamentação jurídica. A Ucrânia, por exemplo, em 2022, proibiu que homens de 18 a 60 anos deixassem o país sob a justificativa da lei marcial adotada no país.

Mas a Coreia do Sul é uma democracia, tem tido continuamente renovação do seu parlamento, dos presidentes, os processos vêm acontecendo. Então, acho que essa atitude [do presidente] neste momento pegou muita gente surpresa, inclusive a mim.
Alexandre Uehara

Na opinião do colunista Ricado Kotscho, a eleição de Trump fez com que os conservadores saíssem da casinha.

O governo atual do Biden mostrou logo de cara que era contra essa tentativa de golpe. Mas o Donald Trump já fez os conservadores saírem da casinha antes mesmo de ele assumir no dia 20 de janeiro. Já está começando confusão, teve essa confusão na Coreia do Sul, que acho que tem a ver com isso, com a direita mundial empoderada, mas tende a piorar muito. Então, como a gente já se esperava na eleição do Trump, tornou o mundo muito mais perigoso. E aí podem acontecer fatos como esse que ninguém esperava na Coreia do Sul.
Ricado Kotscho, colunista do UOL

Presidente recuou

Após repercussão, cerca de três horas após a implementação da medida e a mobilização do Exército, Yoon Suk Yeol recuou e cancelou a medida às 4h30 (16h30, no horário de Brasília) e determinou uma reunião com seu gabinete para oficializar a decisão.

Quem é Yoon Suk Yeol?

O presidente da Coreia do Sul é um novato da política e está no comando do país desde 2022. Entre 2019 e 2021, ele atuou como Procurador-Geral e antes disso teve uma carreira de cerca de 25 anos como promotor.

Ele ficou famoso por liderar casos de combate à corrupção. Em 2013, Yoon comandou uma investigação sobre o envolvimento do Serviço de Inteligência Nacional nas eleições presidenciais. O líder da agência, Won Sei-Hoon, foi levado a julgamento e condenado por manipulação da opinião pública. O serviço reconheceu os crimes em 2017.

Yoon também investigou a influência indevida de figuras polêmicas sobre a presidente Park Geun-Hye. A presidente acabou sofrendo impeachment em 2016 após indícios de que Choi Soon-Sil, figura mística conhecida como uma "Rasputin coreana", e o vice-presidente da Samsung, Lee Jae-Yong, tinham acesso até mesmo a informações confidenciais da presidência.

Centenas de autoridades foram processadas por Yoon. Durante sua passagem pela Promotoria Central do Distrito de Seul, Yoon fez acusações formais contra dois ex-presidentes, três diretores de inteligência, um ex-ministro do Judiciário e mais de 100 ex-autoridades do governo e executivos de grandes empresas.

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