Brasileira cai de prédio e morre na Holanda; família suspeita de namorado

A brasileira Taiany Caroline Martins Matos, 32, morreu após cair do quarto andar de um prédio na cidade de Breda, na Holanda, na última sexta-feira (3).

O que aconteceu

Família da brasileira acredita que ela caiu ao tentar fugir do namorado. Apenas os dois estavam no apartamento. Em entrevista ao UOL, Ryan Martins, 22, irmão de Caroline, contou que os familiares só foram informados da morte cerca de 24 horas depois, pelo próprio companheiro da brasileira.

"Eu sou o único que fala inglês. Ele ligou e disse que ela estava alterada e histérica, colocou logo a culpa nela, disse que ela foi fugir dele, se pendurou na janela do quarto andar do prédio onde eles moravam e acabou escorregando e caindo", detalhou Ryan.

A pedagoga morava na Europa havia seis anos e trabalhava como atendente na Bélgica. Há cerca de cinco meses, ela decidiu se mudar para a Holanda e morar com o namorado, um homem holandês de 53 anos, identificado pelos familiares da brasileira como Edgar. O irmão de Caroline afirmou que Caroline e Edgar estavam juntos havia três anos, e se conheceram durante uma das viagens da irmã.

Autoridades da Holanda comunicaram aos familiares que não houve crime. Ryan conta que recebeu um e-mail da polícia de Breda, cerca de 36 horas após a morte da irmã, declarando que o inquérito policial havia sido concluído. "Disseram que a causa da morte foi acidente, sem crimes. E que era para a gente custear o traslado do corpo, simplesmente assim, só perguntaram como a gente iria fazer", detalhou o irmão da pedagoga.

Irmão diz que o namorado havia proibido Caroline de trabalhar e que era possessivo. Amigos da brasileira contaram aos parentes dela no Brasil que na noite anterior à morte, a brasiliense estava em uma festa com duas amigas. O namorado não teria gostado e passou a noite telefonando para ela.

Ryan também contou que o casal teria discutido por causa do celular de Taiany Caroline. Edgar queria ler as mensagens dela, que não autorizou e tentou fugir. "Se ele não empurrou, ele causou um medo tão grande a ponto de ela querer sair pela janela e cair", afirmou.

Eles iriam oficializar os papeis do casamento em janeiro, segundo a família. Ryan conta que eles tinham contato com Edgar por chamadas de vídeo, mas sempre muito casual.

O UOL procurou a polícia da Holanda para obter mais informações sobre o caso, mas ainda não obteve retorno.

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Brasileira passou Natal no Brasil

A brasileira nasceu em Planaltina, no Distrito Federal, mas vivia na Europa desde 2018. Caroline passou o Natal ao lado da família, no Brasil. Ela chegou ao país no dia 14 de novembro e ficou até o dia 27 de dezembro.

"Preciso ter paz. Dia 27 de dezembro abracei minha filha viva, e ela foi para os seus braços, e agora ela está morta, e você não quer ajudar. Não faça isso, por favor, manda minha filha para casa. Você tem dinheiro e você sabe disso", escreveu a mãe da brasileira, Eliane Martins, em uma mensagem enviada ao companheiro da filha.

Família tenta trazer o corpo da pedagoga para ser enterrado no Brasil. Segundo Ryan, Edgar prometeu, inicialmente, que pagaria os custos do traslado. Mas mudou de ideia e enviou um áudio comunicando que só poderia dar 500 euros. Nas contas feitas pela família, o custo para trazer o corpo de Caroline é de cerca de 7 mil euros (R$ 45 mil).

Vaquinha foi criada para arrecadar os custos do traslado. Qualquer valor pode ser doado por meio do CPF: 076.943.301-47, em nome de Cauã Martins de Oliveira, irmão da brasileira.

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Amsterdã, informou que acompanha o caso e permanece à disposição para prestar assistência consular aos familiares da cidadã brasileira.

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