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Gaza registra mais de 80 mortos em ataques israelenses desde cessar-fogo

Imagem tirada do lado israelita da fronteira com a Faixa de Gaza mostra edifícios destruídos no norte de Gaza em 16 de janeiro de 2025, após o anúncio de uma trégua no meio da guerra em curso entre Israel e o Hamas.  - Menahem KAHANA / AFP Imagem tirada do lado israelita da fronteira com a Faixa de Gaza mostra edifícios destruídos no norte de Gaza em 16 de janeiro de 2025, após o anúncio de uma trégua no meio da guerra em curso entre Israel e o Hamas.  - Menahem KAHANA / AFP
Imagem tirada do lado israelita da fronteira com a Faixa de Gaza mostra edifícios destruídos no norte de Gaza em 16 de janeiro de 2025, após o anúncio de uma trégua no meio da guerra em curso entre Israel e o Hamas. Imagem: Menahem KAHANA / AFP

Do UOL, em São Paulo

16/01/2025 09h31Atualizada em 16/01/2025 09h56

A Defesa Civil de Gaza informou nesta quinta-feira (16) que Israel bombardeou diversas regiões do território palestino após o anúncio do acordo de trégua na guerra e matou pelo menos 81 pessoas nas últimas 24 horas.

O que aconteceu

Entre os mortos, estão 20 crianças e 25 mulheres. A informação foi dada à AFP pelo porta-voz do órgão, Mahmud Basal, responsável pelas operações de resgate.

Outras 230 pessoas ficaram feridas. Os bombardeios aconteceram em Gaza e em Khan Yunis, no sul do território, acrescentou Basal.

Número de mortos mais do que quadriplicou de ontem para hoje. Na quarta-feira (15), no mesmo dia do anúncio do cessar-fogo, 20 palestinos foram mortos em bombardeios israelenses.

Isso eleva o número total de mortos para 46.788 em mais de 15 meses de combates. No total, 110.453 pessoas foram feridas na Faixa de Gaza desde o início da guerra, que eclodiu após o ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.

Netanyahu acusa Hamas de 'extorsão'

Sem explicar o que aconteceu, Netanyahu afirmou que o Hamas quer "extorquir concessões de último minuto". Ele falou sobre o assunto em comunicado emitido nesta quinta-feira (16).

A expectativa era de que o acordo fosse ratificado pelo gabinete nesta quinta-feira. O cessar-fogo deveria começar no domingo e 73 pessoas já morreram desde o anúncio, segundo divulgado pela Defesa Civil da Faixa de Gaza nesta manhã.

Hamas diz que está comprometido com acordo. Pouco após a fala de Netanyahu, o porta-voz do grupo extremista, Izzat el-Reshiq, afirmou em publicação no Telegram que o grupo está de acordo com os requerimentos dos mediadores.

Acordo de cessar-fogo foi aprovado no Qatar

Mulheres e crianças palestinas choram após abrigo para refugiados em escola ser atingido por bombardeio israelense na Cidade de Gaza Imagem: REUTERS/Mahmoud Issa/File Photo

Acordo foi negociado no Qatar entre Israel e Hamas. O pacto prevê a troca de reféns e prisioneiros em diferentes etapas, assim como a desocupação gradual da Faixa de Gaza por parte das tropas israelenses.

Qatar confirmou acordo e apontou que entrará em vigor no domingo (19). O primeiro-ministro do país, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, disse que a primeira fase durará 42 dias. Os detalhes dos procedimentos para a segunda e terceira fases serão finalizados durante a implementação da primeira fase. Ele ressaltou a "necessidade de ambas as partes se comprometerem com a implementação de todas as três fases do acordo" para evitar "derramamento de sangue civil".

Biden disse que americanos serão parte da primeira onda de reféns libertos. O presidente dos Estados Unidos afirmou que o interesse de Israel é achar um fim definitivo para a guerra nas próximas seis semanas, mas que o cessar-fogo irá seguir mesmo se os envolvidos no conflito não chegarem a um meio-termo neste período.

Fumaça é vista no horizonte de Khan Younis após bombardeio de Israel na Faixa de Gaza Imagem: REUTERS/20.fev.2024-Ibraheem Abu Mustafa

Pacto quebra promessa de aniquilação do Hamas por primeiro-ministro. Netanyahu tinha prometido que a guerra só acabaria quando o movimento extremista tivesse sido exterminado.

Comissária da União Europeia para o Mediterrâneo confirmou acordo. Apesar da postura de Netanyahu, Dubravka Suica indicou que "saúda o acordo de cessar-fogo e o acordo de reféns entre Israel e o Hamas, que trará o alívio tão necessário para as pessoas afetadas pelo conflito devastador". A União Europeia afirma que "continua empenhada em apoiar todos os esforços no sentido de uma paz e recuperação duradouras".

ONU ordenou entrada imediata de ajuda humanitária em Gaza. Além de bombas, os civis foram afetados por fome e frio.

Israel divulgou fotos de reféns, mas afirmou que 98 continuam em Gaza. No X (antigo Twitter), a conta oficial do governo publicou: "Não os abraçamos há 467 dias". Entre os reféns, estão duas crianças, mulheres, idosos, adolescentes e jovens. O governo israelense acredita que todos os reféns ainda estão vivos, mas não tem a confirmação do Hamas sobre isso.

Hamas queria mapa da retirada de israelenses. Tel Aviv enviou ao grupo palestino os mapas dos locais que planeja realizar a evacuação das tropas e foi a resposta aceitando o plano que faltava para o pacto ser anunciado. O Hamas queria garantias de retiradas principalmente na região de fronteira entre Gaza e o Egito.

Palestinos e israelenses foram às ruas para comemorar acordo. Veja algumas imagens:

Palestinos reunidos em Khan Yunis, no sul de Gaza, comemoram cessar-fogo entre Hamas e Israel, que inclui libertação de milhares de prisioneiros palestinos e dezenas de reféns israelenses Imagem: Ramadan Abed / Reuters
15.jan.2025 - Comemoração na Palestina após acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel Imagem: Ramadan Abed/REUTERS
Defensores da soltura dos reféns israelenses levantaram tochas durante manifestações em Tel Aviv nesta quarta (15) Imagem: Ronen Zvulun / Reuters

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