Topo

Estudantes estrangeiros estão na mira de Trump por protestos anti-Israel

Donald Trump deve assinar novas ordens executivas nesta quarta-feira (29) - Carlos Barria/REUTERS Donald Trump deve assinar novas ordens executivas nesta quarta-feira (29) - Carlos Barria/REUTERS
Donald Trump deve assinar novas ordens executivas nesta quarta-feira (29) Imagem: Carlos Barria/REUTERS

Colaboração para o UOL, de Belo Horizonte

29/01/2025 17h18

O presidente dos EUA, Donald Trump, deve assinar uma série de ordens executivas nesta quarta-feira (29). Uma delas visa combater o antissemitismo em campi universitários. A informação é do New York Post e da Bloomberg.

O que aconteceu

Ordem estabelece planos para que o DoJ (Departamento de Justiça dos EUA) investigue pichações e intimidações pró-Hamas, inclusive em campi universitários. O documento prevê a deportação de estrangeiros residentes que violaram leis durante os protestos anti-Israel em outubro de 2023, incluindo estudantes com visto.

Agências federais deverão analisar todas as ações criminais e civis disponíveis para combater o antissemitismo e deverão relatar em até 60 dias. Documento pede ações imediatas para "coibir vandalismo e intimidação pró-Hamas e investigar e punir o racismo anti-judeu em faculdades e universidades de esquerda, antiamericanas", segundo a Bloomberg.

Protestos anti-Israel aconteceram após o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, e que culminou na guerra. Manifestantes pressionaram universidades a romperem laços com Israel.

Universidades enfrentaram dificuldades para lidar com as manifestações. Críticos acusaram algumas delas de ignorarem intimidações e falharem na proteção de estudantes judeus. Após pressão do Congresso durante audiências sobre o tema, os reitores de Harvard e da Universidade da Pensilvânia renunciaram.

Trump prometeu, durante a campanha, que tomaria medidas contra estudantes estrangeiros envolvidos nos atos. Ele também afirmou que puniria universidades que não combatessem discurso de ódio ou violência contra judeus em seus campi.

Medida vem após comissões da Câmara publicarem um relatório pedindo para que o governo fizesse mais para combater o antissemitismo. Este documento afirma que faculdades supostamente "permissivas" receberam US$ 2,7 bilhões (R$ 15,8 bilhões) em fundos federais em 2023.

Trump quer acabar com 'doutrinação na educação'

Uma outra ordem executiva busca proibir o financiamento federal do que o governo classifica como "ideologia radical de gênero e teoria crítica da raça em salas de aula". Documento determina ao secretário de Educação que apresente uma estratégia a Trump em 90 dias para acabar com a "doutrinação na educação" e restabeleça a Comissão 1776. Essa comissão, criada no primeiro mandato de Trump, tinha o objetivo de oferecer uma visão mais conservadora da história americana, o que gerou críticas por minimizar o papel da escravidão, segundo a Bloomberg.

A ordem também prevê ações contra professores e administradores escolares que, sem licença médica, promovam práticas de "transição social" ou que sejam acusados de exploração sexual de menores. Para isso, o procurador-geral dos EUA deverá trabalhar junto com os promotores estaduais e locais.

Uma terceira ordem executiva prevê mudanças no financiamento da educação. O Departamento de Defesa deverá apresentar um plano para permitir que famílias de militares escolham as escolas dos filhos. O Departamento do Interior deverá fazer o mesmo para estudantes matriculados em escolas administradas pelo governo federal para comunidades indígenas.


Internacional