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Acidente aéreo nos EUA 'infelizmente' não deixou sobreviventes, diz Trump

Lorena Barros e Robson Santos

Do UOL, em São Paulo

30/01/2025 00h00Atualizada em 30/01/2025 14h06

O presidente dos EUA, Donald Trump, informou que nenhum dos envolvidos no acidente entre um avião comercial da American Airlines com 64 ocupantes e um helicóptero Black Hawk do Exército dos EUA, com três soldados, sobreviveu. O desastre aéreo aconteceu na quarta-feira (29), perto de Washington D.C.

O que aconteceu

"Infelizmente não há sobreviventes. Esta foi uma noite tenebrosa na capital da nossa nação. Estamos em luto pelas almas preciosas que foram levadas de forma tão triste.", afirmou o presidente. Trump confirmou a informação inicial do chefe do departamento de bombeiros de Washington D.C., John A. Donnelly, que afirmou que, no momento, corpos estão sendo procurados no rio.

Republicano pediu um minuto de silêncio em nome das vítimas e famílias. Ele falou à imprensa na Casa Branca na tarde desta quinta-feira (30).

Vinte e oito corpos foram resgatados até o momento. Vinte e sete eram pessoas que estavam no avião, e um era militar que estava no helicóptero. Informações foram repassadas por autoridades locais em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (30).

Operação de resgate de vítimas foi alterada para "operação de recuperação de corpos", explicou chefe dos bombeiros. Donnelly afirmou que as equipes de legistas estão trabalhando para devolver os restos mortais dos entes queridos às suas famílias.

Não acreditamos que haja sobreviventes. Resgatamos 27 pessoas do avião e uma do helicóptero. Vamos trabalhar para encontrar todos os corpos e entregá-los às famílias.
John A. Donnelly, em comunicado à imprensa

Aeronave foi encontrada partida em três pedaços, de cabeça para baixo. A informação é do secretário de Transporte dos EUA, Sean Duffy. Ele afirmou que destroços do helicóptero também foram achados e passarão por análise.

30.jan.2025 - Parte dos destroços é vista enquanto barcos de resgate vasculham as águas do Rio PotomaC Imagem: Andrew CABALLERO-REYNOLDS / AFP

Piloto era experiente e estava na companhia havia seis anos. Segundo o CEO da American Airlines, Robert Isom, o copiloto trabalhava havia dois anos na empresa. "Eles estavam seguindo o padrão de aproximação", afirmou.

"Estamos devastados", diz CEO da American Airlines. Isom afirmou que a companhia "não sabe por que a aeronave militar entrou no caminho" no momento do pouso. A companhia disponibilizou um número de contato para familiares de passageiros que estavam na aeronave e montou dois pontos de apoio a passageiros: um em Washington D.C. e outro em Wichita.

Helicóptero e avião seguiam padrão de voo, e desastre era "absolutamente" evitável, diz Duffy. O secretário de Transporte dos EUA afirmou que o voo de aeronaves militares na área é "usual", assim como o caminho seguido pelo avião. "Se você circula pela área, você vai ver que é frequente que as duas aeronaves voem pela região", destacou. Ele também afirmou que a noite era de "tempo claro", favorável aos voos.

Autoridade federal vai investigar motivo do acidente. Equipes da Administração Federal de Aviação, que faz parte do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA, afirmaram que vão "tomar as medidas necessárias com base nas evidências".

"Você precisa ter certeza de que quando você voa, você está a salvo". Secretário diz que governo não vai descansar até ter respostas.

Todos que voam pelos céus da América esperam voar em segurança. Sabem que quando você embarca no aeroporto, você chega ao seu destino. Isso não aconteceu na noite de ontem.
Sean Duffy, secretário de Transportes dos Estados Unidos

Aeroporto vai voltar a funcionar às 11h no horário local (13h no horário de Brasília). As operações de aeronave foram imediatamente bloqueadas após o acidente, como mostra o áudio das torres de controle.

Cidade de onde avião partiu planeja evento em apoio para familiares. A prefeita de Wichita, Lily Wu, afirmou que um evento de oração vai ser realizado no fim da tarde. "Nossa comunidade precisa se unir para apoiar os impactados", disse.

Acidente aconteceu no momento em que aeronave pousaria

Colisão aconteceu na aproximação para pouso, por volta das 21h dos EUA (23h de Brasília). O canal de TV norte-americano NBC informou que até agora pelo menos 30 corpos sem vida foram retirados do rio, que passa pela capital Washington e pelos estados da Virgínia Ocidental, Virgínia e Maryland.

O avião transportava 60 passageiros e quatro tripulantes. Já no helicóptero militar, três soldados estavam a bordo, conforme as autoridades locais.

Entre os passageiros do avião, estavam dois russos ex-campeões mundiais de patinação. O Kremlin confirmou que os treinadores de patinação no gelo Yevgenia Shishkova e Vadim Naumov estavam a bordo, além de uma equipe do país.

Helicóptero Black Hawk realizava treinamento. O Exército dos EUA confirmou o envolvimento do helicóptero no acidente, além de afirmar que está colaborando com "as autoridades e forneceremos informações adicionais." A agência de notícias Associated Press afirmou que o helicóptero fazia um treinamento no momento da colisão.

Todos os pousos e decolagens foram suspensos no Aeroporto Nacional Reagan. O local está fechado, conforme a FAA (Administração Federal de Aviação, na sigla em inglês), e os voos estão sendo desviados para o Aeroporto Internacional Marshall de Baltimore, segundo o Washington Post. O terminal fica a apenas 6 km do centro de Washington DC.

É perigoso e difícil trabalhar lá. Não há muitas luzes, 300 equipes de emergência estão vasculhando as águas procurando em cada centímetro para ver se consegue encontrar alguém.
John A. Donnelly, chefe dos bombeiros

O avião tinha capacidade para transportar até 65 passageiros, diz o site da American Airlines. Ele estava operando o voo 5342 que havia partido de Wichita, Kansas, segundo a FAA.

Aviso para ventos fortes expirou pouco antes do acidente. Um alerta para ventos de até 80 km/h na direção nordeste ficou em vigor das 11h às 18h na capital do país. O acidente aconteceu às 21h no horário local.

O senador Roger Marshall, do Kansas, de onde o voo decolou, sugeriu que não há sobreviventes. Em entrevista coletiva no aeroporto Reagan, ele expressou "é muito difícil quando você provavelmente perde mais de 60 cidadãos do Kansas simultaneamente".

Trump questiona possíveis responsáveis

Presidente dos EUA questionou a causa do acidente nas redes sociais. "O helicóptero estava indo direto para o avião por um longo período de tempo. Era uma noite clara, as luzes do avião estavam acesas, por que o helicóptero não subiu ou desceu, ou virou?", escreveu Donald Trump no Truth Social.

Trump atribuiu a responsabilidade à tripulação do helicóptero e aos controladores de tráfego aéreo. "Por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se eles viram o avião? Esta é uma situação ruim que parece que deveria ter sido evitada."

"Os pensamentos e as orações estão com todos os envolvidos", disse mais cedo. O republicano afirmou que ele havia sido "informado sobre o terrível acidente" e que estava monitorando a situação. "Que Deus abençoe suas almas" e "obrigado pelo trabalho incrível que está sendo feito por nossos primeiros socorristas", continuou o mandatário norte-americano. O vice-presidente JD Vance pediu orações pelos envolvidos no acidente.

Donald Trump atribuiu a responsabilidade à tripulação do helicóptero e aos controladores de tráfego aéreo. Imagem: Reprodução Truth Social @realDonaldTrump


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