Patinadores, pais, treinadores: as vítimas do acidente aéreo nos EUA
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Patinadores artísticos, os pais de alguns deles e treinadores estão entre as vítimas da colisão entre um avião e um helicóptero nos Estados Unidos nesta quarta-feira (29). Segundo o presidente Donald Trump, todos os ocupantes da aeronave e do helicóptero, 67 ao todo, morreram.
O que aconteceu
Patinador Spencer Lane é uma das 64 pessoas que estava no avião. O jovem postou uma foto da asa da aeronave pouco antes de decolar em Wichita, no Kansas.
Clube de patinação confirmou a presença de Spencer, da mãe dele, Christine, e de outras quatro pessoas na aeronave. Segundo o Skating Club of Boston, dois atletas, dois técnicos e duas mães viajavam pelo clube no momento do acidente.
Eles tinham acabado de deixar um acampamento nacional de desenvolvimento de patinação. Antes disso, o grupo participou de um campeonato internacional de patinação no gelo.
Pelo menos dois russos estão entre os mortos. O presidente Donald Trump afirmou que Washington está em contato com Moscou sobre as vítimas de nacionalidade estrangeira, que atualmente moravam nos Estados Unidos.
Quem são as vítimas identificadas até o momento
Spencer Lane, atleta de patinação artística. Em publicação nas redes sociais na quarta-feira (29), Spencer agradeceu pela participação no acampamento de patinação no Kansas e falou que este era "o meu objetivo desde que eu soube que isso existia". Colegas publicaram notas de pesar nas redes sociais.
Jinna Han, atleta de patinação artística. Jinna também fazia parte do clube de patinação de Boston. Em 2024, ela competiu internacionalmente pela primeira vez. "Esta foi uma experiência maravilhosa. Fiz muitos amigos novos", afirmou, em publicação nas redes sociais.
Franco Aparício, atleta de patinação artística. Franco fazia parte do Washington Figure Skating Club. A irmã do atleta publicou uma nota de pesar informando sobre a morte dele nas redes sociais. "Obrigada por ser meu melhor amigo. Você não merecia isso. Te amo", disse Isabella Aparício.
Inna Volyanskaya, 59, ex-patinadora da União Soviética. Inna trabalhava como técnica colecionou seis medalhas internacionais representando o antigo bloco ao longo da sua carreira. Ela também morava nos Estados Unidos e treinava o atleta Franco Aparício, segundo publicações dele nas redes sociais.
Christiane Lane e Jin Han, mães de atletas. Segundo o Skating Club of Boston, Christiane era mãe de Spencer e Jin era mãe de Jinna, que estavam no acampamento de Wichita. "Esse acampamento era para jovens patinadores, que tinham capacidade de serem campeões no futuro", afirmou o clube em nota.
Alydia Livingston, 11, conhecida como "Lydia", era a patinadora mais jovem no avião. Ela foi descrita como uma "dançarina no gelo em ascensão" e, segundo o The Skating Lesson, ganhou uma viagem para o acampamento após conseguir um novo parceiro nas últimas semanas. "Lydia era conhecida por sua personalidade vivaz e forte desejo de melhorar no gelo —independentemente das críticas."
Everly Livingston, de 14 anos, também era patinadora e irmã de Alydia. A adolescente era "tímida e reservada em comparação com a irmã", mas já ganhou títulos de campeã regional nos níveis intermediário e juvenil, informou o The Skating Lesson.
Donna e Peter Livingston, pais de Alydia e Everly. O casal, composto por uma funcionária da empresa de mídia e tecnologia Comcast e um corretor de imóveis, dividia a rotina entre trabalho e os estados norte-americanos de Nova Jersey, Michigan e Virgínia para acompanhar as filhas nas competições. "Donna será lembrada por sua natureza otimista e Peter será lembrado por ser um pai solidário que adorava filmar suas filhas em qualquer lugar e em qualquer lugar."
Evgenia Shishkova, 52, e Vadim Naumov, 55, campeões mundiais de patinação no gelo. Os dois trabalhavam como técnicos da escola de Boston e moravam nos Estados Unidos. As mortes deles foram lamentadas pelo Kremlin.
Dois comissários de bordo também estavam na aeronave. A Associação dos Comissários de Bordo (AFA-CWA, na sigla em inglês) divulgou um comunicado para lamentar as mortes. A morte de Ian Epstein, de 53 anos, foi confirmada pela esposa dele nas redes sociais, enquanto o óbito de Danasia Elder foi divulgado por amigos.
Co-piloto e piloto do avião também foram identificados. Sam Lilley, de 28 anos, era o co-piloto da aeronave, segundo informou o pai dele, Timothy Lilley, à Fox 5 Atlanta. Os amigos do piloto, Jonathan Campos, 34, também lamentaram a morte dele nas redes sociais.
Dois pilotos do helicóptero (um homem e uma mulher) e um militar também morreram. Nesta tarde (horário de Brasília), o corpo do militar já havia sido recuperado, segundo o The New York Times. Todavia, os corpos dos dois pilotos continuam presos na fuselagem a cerca de 2,4 metros de profundidade. A caixa preta do helicóptero também está na fuselagem.
Mais atletas que estavam no avião foram identificados. São eles: Edward ("Eddie") Zhou; Angela Yang; Sean Kay; Brielle Beyer; Cory Haynos; e Olivia Eve Ter. O técnico Alexandr Kirsanov é outra vítima. Os pais de Cory Haynos, Stephanie e Roger, também estavam na aeronave, divulgou o The New York Times.
Wendy Jo Shaffer também morreu no acidente aéreo. Os amigos dela iniciaram uma campanha de arrecadação para ajudar nas despesas do funeral e também auxiliar o marido e os dois filhos dela, de 1 e 3 anos. "Wendy era o coração da família —uma parceira amorosa para o marido e uma mãe carinhosa e alegre para os filhos. Ela dedicou a vida a criar um lar caloroso e amoroso, cheio de risos e carinho. Seus filhos eram seu maior orgulho e alegria."
Asra Hussain Raza, de 26 anos, estava no avião. Ela tinha mestrado em Saúde Pública pela Universidade de Columbia e conseguiu emprego em um grupo de consultoria em Washington, para trabalhar para o governo e melhorar a Saúde pública, contou o sogro dela, Hashim Raza, à Reuters.
Sete amigos que voltavam de uma viagem de caça a patos nas florestas do Kansas também morreram. A identificação de dois deles já foram confirmadas por parentes: Michael Stovall, 40, e Jesse Pitcher.
Quatro trabalhadores da área de tubulações estavam no avião. Em nota, a Associação de Profissionais de Tubulação confirmou que os profissionais embarcaram na aeronave, sem confirmar as identidades deles. "Nosso foco está em dar suporte aos nossos irmãos enquanto continuamos a concentrar informações sobre o caso", afirmou o sindicato em nota. Dois chineses estão entre os mortos, diz embaixada. A informação foi confirmada pelo órgão consular da China nos Estados Unidos nesta sexta-feira (31). A embaixada não deu mais informações sobre quem seriam esses nacionais.
Acidente aconteceu na noite da quarta-feira (29)
Um avião comercial da American Airlines e um helicóptero Black Hawk do Exército dos EUA caíram, na noite desta quarta-feira (29), no rio Potomac após uma colisão aérea perto do Aeroporto Nacional Reagan, em Washington DC. O avião transportava 60 passageiros e quatro tripulantes de Wichita, Kansas (ICT) para o Aeroporto Nacional Washington Reagan (DCA). No helicóptero militar, três soldados estavam a bordo.
O presidente Donald Trump afirmou que todos os ocupantes da aeronave morreram. O trabalho de reconhecimento dos corpos é feito por equipes federais e estaduais.
Vinte e oito corpos foram retirados do rio Potomac no começo da manhã. A informação é dos bombeiros de Washington D.C. Um dos corpos é de um dos militares que estavam no helicóptero. Os outros corpos são de vítimas que estavam no avião.
Todos os pousos e decolagens foram suspensos no aeroporto. O Aeroporto Reagan foi fechado e a expectativa é de que o local volte a funcionar às 11h (13h no horário de Brasília).
Mau tempo dificultou as buscas durante a madrugada. "É perigoso e difícil trabalhar lá", disse o chefe dos bombeiros, John A. Donnelly, em uma entrevista coletiva. "Não há muitas luzes, 300 equipes de emergência estão vasculhando as águas procurando em cada centímetro para ver se consegue encontrar alguém."
Aeronave que caiu tinha capacidade de transportar até 65 passageiros, de acordo com o site da American Airlines. Avião estava operando o voo 5342 que havia partido de Wichita, Kansas, de acordo com a FAA.
Donald Trump atribuiu a responsabilidade à tripulação do helicóptero e aos controladores de tráfego aéreo. "Por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se eles viram o avião? Esta é uma situação ruim que parece que deveria ter sido evitada. Não é bom!"