Rússia impõe condições após EUA anunciarem cessar-fogo no Mar Negro


Do UOL
26/03/2025 09h01
A Rússia impôs ontem uma série de condições para aceitar um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia no Mar Negro. O tratado havia sido anunciado mais cedo pelos Estados Unidos, sem mencionar as exigências russas.
Os termos de Putin incluem a suspensão das sanções contra bancos, produtores e exportadores de alimentos e fertilizantes russos, assim como o fim das restrições a transações financeiras ligadas ao comércio exterior, à venda de maquinário agrícola para a Rússia e à prestação de serviços a navios do país em portos estrangeiros.
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Além dos EUA, as condições têm de ser aceitas também pelos países europeus aliados da Ucrânia, que não participaram diretamente das negociações.
Apesar de afirmar que apoia o acordo, Zelensky disse que as concessões à Rússia não estavam na agenda da reunião e que seu país se opõe ao relaxamento das sanções.
Conselheiro de Segurança de Trump assume erro 'constrangedor'
O conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, assumiu ontem a responsabilidade pela inclusão por engano de um jornalista no grupo do aplicativo de mensagens Signal em que foram antecipados detalhes dos ataques americanos ao Iêmen.
Além de Waltz, trocaram mensagens o vice-presidente, JD Vance, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e autoridades militares. "Eu assumo total responsabilidade.
"Eu criei o grupo", disse Waltz em entrevista à Fox News. Ele também admitiu que o episódio foi "constrangedor" e declarou não saber como o contato de Jeffrey Goldberg, da revista 'The Atlantic', foi parar no grupo porque o jornalista não está na sua lista de contatos.
"Nós temos os melhores especialistas em tecnologia vendo como isso aconteceu", disse Waltz, que também afirmou ter pedido ajuda a Elon Musk. Congressistas, tanto democratas como republicanos, pediram a abertura de uma investigação sobre o incidente, tratado como uma grande falha de segurança.
Palestinos gritam palavras de ordem contra o Hamas
Manifestantes palestinos gritaram palavras de ordem contra o grupo Hamas em um protesto com centenas de pessoas ontem em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, segundo relato da agência de notícias France Presse.
"Fora Hamas!" e "Hamas terrorista!" foram algumas das frases usadas, segundo testemunhas.
O ato foi convocado pelo aplicativo de mensagens Telegram e não está claro de quem partiu a iniciativa.
O território palestino voltou a ser intensamente bombardeado desde a segunda-feira da semana passada, depois que Israel abandonou um acordo de cessar-fogo em vigor desde janeiro. O número de mortos desde então já supera 700.
"Se a solução é o Hamas deixar o poder na Faixa de Gaza, por que não o faz para proteger o povo?", disse um manifestante.
Mais uma derrota de Trump na Justiça
A juíza federal de Nova York Naomi Reice Buchwald proibiu ontem o governo Trump de deportar uma estudante americana de origem coreana por ter participado de protestos contra os ataques de Israel na Faixa de Gaza.
A decisão é mais uma derrota judicial do governo Trump, que já havia sido proibido de usar uma lei de guerra do século 18 para deportar imigrantes e impedido de expulsar um estudante de origem palestina que possui visto de residência.
Yunseo Chung, de 21 anos, vive nos EUA desde os sete anos de idade. Ela entrou na Justiça contra o governo ao saber que seu visto de residência estava sendo revogado.
Ainda ontem, o presidente da Câmara dos EUA, o republicano Mike Johnson, ameaçou o que chamou de juízes "ativistas".
"Como vocês sabem, podemos eliminar um tribunal distrital inteiro. Temos poder sobre o financiamento, sobre os tribunais e todas essas outras coisas. Mas tempos de desespero exigem medidas desesperadas, e o Congresso vai agir."
Vice de Trump em provocação à Dinamarca
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, anunciou que viajará à Groenlândia a partir de amanhã, acompanhando sua esposa, Usha.
O anúncio foi feito poucas horas depois de a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, criticar a visita da segunda-dama dos EUA.
Frederiksen disse que a iniciativa exerce uma "pressão inaceitável" sobre o território e sobre seu país.
A tensão entre os EUA e a Dinamarca se elevou desde que Donald Trump afirmou que deseja anexar a ilha na região ártica.
Na rede social X, Vance publicou um vídeo em tom de provocação. "Houve tanta expectativa pela visita de Usha à Groenlândia nesta sexta-feira que decidi que não queria que ela se divertisse sozinha, então a acompanharei", declarou.