'Coiote' é preso nos EUA após cooperação entre polícia norte-americana e PF


Colaboração para o UOL, de Belo Horizonte
27/03/2025 15h31
Um brasileiro de 41 anos foi preso nesta quarta-feira (26) em Worcester, Massachusetts, acusado de ser um dos líderes de uma organização criminosa especializada no tráfico ilegal de migrantes brasileiros para os EUA. A investigação é fruto da cooperação entre a PF (Polícia Federal) e a HSI (Homeland Security Investigations).
O que aconteceu
Flavio Alexandra Alves, também conhecido como Ronaldo, foi preso sob a acusação de transportar imigrantes ilegalmente dentro dos EUA, com o propósito de ganho comercial ou financeiro. Ele está preso temporariamente e deverá passar por uma audiência de custódia na próxima sexta-feira (28), segundo o Departamento de Justiça dos EUA. Outras quatro pessoas da mesma organização também foram presas no país pelo HSI.
No Brasil, a PF cumpriu um mandado de prisão preventiva e outros 16 de busca e apreensão. A operação foi realizada nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Rondônia e Espírito Santo, além do Distrito Federal. Não foi divulgada a identidade da pessoa que foi presa em terras brasileiras.
De acordo com a investigação, Ronaldo conspirava com outras pessoas para enviar imigrantes brasileiros até os EUA através do México. Quando esses imigrantes chegavam aos EUA, ele supostamente comprava passagens aéreas para outros destinos dentro do país.
As investigações também mostram que o homem teria realizado pagamentos para pessoas no México a fim de cobrir as despesas associadas à travessia. As vítimas da organização estavam, principalmente, em cidades do Maranhão. Elas pagavam valores elevados para realizar a travessia, muitas vezes com juros abusivos. Centenas de vítimas, incluindo crianças e adolescentes, foram identificadas, segundo a PF.
Em 2004, Ronaldo já havia sido condenado por tráfico de pessoas na Califórnia. Ele foi deportado para o Brasil em fevereiro de 2005, mas voltou ilegalmente aos EUA.
A investigação que culminou na recente prisão foi iniciada em abril de 2022. Ronaldo teria ingressado na organização em meados de 2021. As ações da HSI e da PF foram coordenadas e executadas simultaneamente para evitar a fuga dos envolvidos.