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Como deixar seu emprego sem fechar as portas profissionais

"A forma como você começa e como você termina são as partes mais importantes de qualquer relação profissional", diz Len Schlesinger, professor da Escola de Administração de Harvard  - Getty Images
"A forma como você começa e como você termina são as partes mais importantes de qualquer relação profissional", diz Len Schlesinger, professor da Escola de Administração de Harvard Imagem: Getty Images

Rebecca Knight

14/12/2014 00h06

Quem nunca fantasiou entrar no escritório do chefe, dizendo: "eu me demito" e, em seguida, sair marchando em linha porta afora? O lado racional de vocês sabe, é claro, que essa é a maneira errada de se demitir de um emprego.

Mas qual é a abordagem certa?

As chances são de que você adquira muita prática em pedir demissão ao longo de sua carreira. O trabalhador médio nos EUA hoje fica no emprego por 4,4 anos, de acordo com os dados mais recentes do Departamento de Estatísticas do Trabalho. "As pessoas estão mais acostumados com as idas e vindas dos colegas do que no passado", diz Daniel Gulati, coautor do livro "Passion & Purpose" [“Paixão & Propósito”]. "Isso tudo faz parte da vida da empresa.”

De acordo com Len Schlesinger, professor da Escola de Administração de Harvard e coautor de "Just Start": “A forma como você começa e como você termina são as partes mais importantes de qualquer relação profissional.” O problema é que as pessoas tendem a passar muito tempo se preparando e criando estratégias para a primeira impressão, e raramente dão muita atenção à última.

Eis a melhor forma de deixar seu emprego:

+ Seja flexível. Sair de uma organização com menos de duas semanas de antecedência é simplesmente "o jeito errado", diz Schlesinger. Quanto mais alto você estiver na organização, mais tempo levará para se retirar e possivelmente treinar a próxima pessoa que vier, então você precisa dar cerca de um mês, se possível.

+ Conte primeiro ao seu chefe. Uma vez que você decidiu se demitir, a primeira pessoa que deve saber é o seu gerente. A razão é óbvia: você "não quer que seu chefe ouça as notícias de outra pessoa", diz Schlesinger. Depois de ter revelado seus planos, no entanto, "você não está mais na posição do motorista", diz ele. É melhor deixar as decisões que cercam a natureza e a data de sua partida com o seu supervisor.

+ Seja transparente. Embora você não tenha nenhuma obrigação legal ou moral de revelar seu próximo passo na carreira, vale a pena adotar a “visão de longo prazo” nessa questão, recomenda Gulati. "Neste mundo hiperconectado, eles [ex-colegas de trabalho] vão saber tudo sobre seu novo papel na nova empresa" no minuto em que você atualizar o seu perfil no LinkedIn. Quando você é honesto e direto sobre seus planos, você “é o dono da narrativa", diz ele.

+ Não faça fofocas. Se você der motivos diferentes para a sua saída para grupos diferentes – se o seu chefe ouve uma história, por exemplo, enquanto os seus colegas mais próximos ouvirem outra – pode esperar se tornar o assunto da vez na salinha do café.

+ Seja estratégico com o seu tempo. Peça ao seu gerente orientação e uma supervisão atenta sobre como você deve amarrar as pontas soltas. Depois de sair, "você quer que seu ex-chefe e colegas não sintam nada além de coisas positivas quanto ao seu profissionalismo", diz Schlesinger.

+ Expresse gratidão. Mesmo que você esteja em êxtase por deixar seu emprego, você precisa adotar uma atitude apreciativa sobre o cargo e as pessoas que você está deixando para trás, diz Gulati.

+ Cuidado com a conversa final. Pode ser tentador ser brutalmente honesto durante a sua conversa final e oferecer informações detalhadas sobre tudo o que há de errado na sua empresa. Mas Schlesinger adverte contra isso. "A conversa final não é o momento de dar o feedback que você desejava dar enquanto era funcionário em tempo integral", diz ele. Há duas razões para isso. "Em primeiro lugar, você não tem garantia de anonimato; e o mundo é pequeno. Em segundo lugar, o seu feedback não vai alterar a organização." O conselho de Gulati para a entrevista de saída: “Nada de desabafos. E nenhuma conversa emocionalmente carregada.”

(Rebecca Knight é jornalista freelancer em Boston.)