O aparelho perfeito por Yves Béhar: uma interface invisível
Um grupo de personalidades internacionais responde à grande questão: qual é o seu aparelho perfeito?
Não faz muito tempo, levar um pequeno computador chamado smartphone no bolso parecia uma coisa extraordinária, a solução perfeita para um futuro conectado.
Estar ligado à rede infinita do mundo virtual é necessário, mas não sei se é exatamente o que ainda queremos – pelo menos não em detrimento do mundo, das pessoas e dos relacionamentos reais. Eu sonho em me manter conectado a tudo e a todos, mas sem as telas berrantes que exigem minha atenção constante com seu suposto “brilho”.
O aparelho dos meus sonhos é uma interface invisível, ou melhor, um visor invisível, que nos permitiria conexão, sim, mas sem a distração constante da tela. Uma consciência digital seria criada através de sons discretos, vibrações e alterações ambientais, facilitada por aparelhos que utilizam meios novos e sutis para se comunicar sem interromper a realidade.
Na infância, aprendemos a ser cônscios das mudanças no mundo real; sentimos as variações do tempo, das estações e do humor das pessoas à nossa volta. Aprendemos a interpretar esses sinais e a reagir a eles – e embora sejamos constantemente bombardeados com essas informações, o processo é natural e intuitivo. Por que nossa tecnologia não consegue se comunicar por meio de uma variedade semelhante de sinais, às vezes sutis, às vezes mais exigentes? Talvez ninguém tenha inventado isso ainda, ou talvez não tenhamos a consciência de sua necessidade, mas esse é exatamente o tipo de problemão que a tecnologia e o design devem solucionar no futuro.
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