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Maioria simplesmente não pede ajuda no trabalho; saiba mudar essa atitude

Wayne Baker

24/12/2014 06h00

Parece que os líderes estão sempre lamentando a falta de cooperação e colaboração em suas organizações. Mas com frequência a culpa não é a falta de disposição de seus funcionários em “dar uma mão” aos outros –é o fato de a maioria das pessoas simplesmente não pedir ajuda.

Por quê? Primeiro, pedir ajuda frequentemente é visto como um sinal de fraqueza ou ignorância, deixando implícito que a pessoa não consegue realizar seu trabalho por conta própria.

Uma segunda barreira é o nervosismo de contrair uma dívida social ou obrigação –“O que eu devo a essa pessoa agora?”. Em terceiro (e para os trabalhadores americanos em particular) valores pessoais podem atrapalhar.

Autoconfiança é um dos dez valores principais que documentei recentemente em quatro pesquisas nacionais, e apesar de ser uma característica admirável, ela também pode ser limitadora. Nas organizações atuais, não é possível ser bem-sucedido se você não pedir pelo que precisa.

Logo, como você pode facilitar o pedido de ajuda? Abaixo, estão cinco lições importantes, baseadas na minha recente pesquisa com o principal inovador da Innovation Places, Nat Bulkley, juntamente com anos de experiência usando o Reciprocity Ring –um processo estruturado para pedir ajuda– em empresas e na preparação de executivos.

1. Obtenha respostas aos seus pedidos ajudando primeiro e generosamente os outros. Ao desenvolver uma reputação positiva como alguém que ajuda os outros, outros então vão querer ajudar você –mesmo aquele que você não ajudou diretamente. Mas tenha em mente que os efeitos da reputação são breves: uma velha reputação de ser prestativo não obtém nada. É preciso renovar continuamente e de modo regular sua reputação de ajudar os outros.

2. Saiba o que você quer pedir. Isso soa elementar, mas já observei muitas pessoas com dificuldade com a tarefa de saber o que pedir. Um obstáculo comum é este: “Eu sempre quis estar em uma sala com pessoas entendidas, bem relacionadas, e poder perguntar qualquer coisa. Mas não consigo pensar no quê!”

Aqui está algo que pode ser feito para se preparar para essa situação: concentre-se em um projeto atual e escreva suas metas para ele. Pegue a meta mais importante e liste os passos e recursos necessários para atingi-lo –materiais, informação, dados ou conselhos. Você então terá uma série de necessidades que poderão servir de base para suas perguntas.

3. Pergunte de modo inteligente. Muitos pedidos são tão mal expressados que se tornam difíceis de responder. Um pedido bem formulado é específico, significativo (por que você precisa dele?), voltado para ação (peça por algo a ser feito), real (autêntico, não inventado) e com prazo (para quando você precisa dele). Um pedido inteligente é mais fácil de responder do que um carente de um ou mais desses cinco critérios.

4. Não presuma quem sabe e o que as pessoas sabem. O fato é que você nunca sabe o que as pessoas sabem ou como podem ser de ajuda até você perguntar.

5. Crie uma cultura onde pedir por ajuda é encorajado. Facilite para que ajuda seja pedida e ajude estabelecendo o tom, normas e práticas em seu ambiente de trabalho.

Lembre-se que reciprocidade é uma rua de mão dupla. Dar e receber são essenciais para o sucesso individual e para culturas positivas. Se você apenas fornece ajuda, mas não pede, lembre-se que as pessoas querem reciprocidade. E como líder, transforme pedir ajuda e prestar ajuda em uma prática regular.

(Wayne Baker é um professor de administração da Escola Ross de Administração e Negócios da Universidade de Michigan e membro do Centro para Organizações Positivas.)