Homenagens "sem noção" irritam moradores de cidade russa
Cidades do mundo inteiro rebatizam suas ruas e erguem estátuas para comemorar heróis locais e figuras públicas amadas. Entretanto, para incredulidade e irritação de muitos moradores de São Petersburgo, na Rússia, a cidade recentemente prestou honras a três pessoas que eles dificilmente chamariam de heróis ou amados.
Notavelmente, a menos polêmica das três personalidades é Kim Jong-il.
O ex-ditador norte-coreano foi brutal mesmo pelos padrões da Rússia, que já teve uma boa cota de tiranos. O que ele fez para merecer uma placa? Visitou uma fábrica local 15 anos atrás.
As reações foram ainda mais fortes quando uma ponte foi rebatizada em homenagem a Akhmad Kadyrov, líder tchetcheno que foi assassinado em maio de 2004. Isso foi amplamente visto como um agrado político a Ramzan A. Kadyrov, filho de Akhmad e atual presidente da Tchetchênia, a tumultuada região no Cáucaso.
Comentando que Akhmad Kadyrov havia apoiado a Rússia na segunda guerra da Tchetchênia, um porta-voz do governador de São Petersburgo disse: "A Rússia lembra e honra seus heróis". Isso apesar de Kadyrov, na primeira guerra da Tchetchênia, ter liderado uma milícia antirrussa e aparecido em vídeos de propaganda pedindo que os tchetchenos matassem o maior número possível de russos.
Mais de 90 mil pessoas assinaram uma petição online em protesto contra a mudança de nome, sem sucesso. Maksim Reznik, um político de oposição, tentou contestar a decisão durante uma reunião legislativa, mas seu microfone foi repentinamente desligado.
Depois há uma placa comemorando Carl Gustaf Mannerheim, o militar e estadista finlandês que lutou pela Rússia na guerra russo-japonesa e na Primeira Guerra Mundial, quando a Finlândia fazia parte do Império Russo. Mas depois da revolução bolchevique ele chefiou o Exército independente da Finlândia durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Finlândia se aliou à Alemanha nazista contra a União Soviética.
Os líderes da Universidade de Engenharia Técnica Militar de São Petersburgo, situada no quartel onde Mannerheim serviu na década de 1890, evidentemente não levaram em conta essa parte de sua vida; até o ministro nacional da Cultura participou da inauguração.
Mas os moradores consideram o general um cúmplice no devastador sítio de São Petersburgo durante a Segunda Guerra Mundial, quando a cidade se chamava Leningrado. Vândalos picharam a placa duas vezes com tinta vermelha.
Neste caso, oponentes podem estar chegando a algum lugar. Instigado por um legislador comunista indignado, o escritório do procurador-geral da Rússia disse em agosto que vai abrir um inquérito sobre a instalação da placa.
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