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Governo anula ato de Bolsonaro e anuncia maior meta de redução de emissões

Ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em Nova York Imagem: Felipe Werneck/MMA

Do UOL*, em São Paulo

20/09/2023 20h26Atualizada em 20/09/2023 20h31

O governo Lula confirmou hoje que vai ampliar a redução das emissões brasileiras de gases causadores do efeito estufa. A meta, resumida na sigla NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) no âmbito das Nações Unidas, volta para o patamar estipulado antes de mudanças feitas por Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu

O Brasil trabalhará para reduzir em 48% suas emissões até 2025 e para 53% até 2030, valores comparados aos níveis de 2005. O anúncio foi feito por Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, durante a Cúpula de Ambição Climática da ONU, em Nova York.

Antes, as metas eram de redução de 37% das emissões até 2025 e de 50% até 2030.

Ambientalistas identificaram, em 2020, uma "pedalada climática" em relação aos compromissos do Brasil: o percentual era o mesmo, mas a base de análise do governo anterior considerou um volume maior de emissões em 2005 —o que, em termos absolutos, diminuía a quantidade de emissões que o Brasil tinha se comprometido a evitar.

A medida era proibida pelo Acordo de Paris, assinado em 2015, e gerou mal-estar na Cúpula do Clima da ONU, em 2020. De acordo com o colunista do UOL Jamil Chade, o gesto foi considerado, pela diplomacia internacional, como um dos maiores "constrangimentos" para a política externa de Bolsonaro e seu então chanceler Ernesto Araújo.

"Passo adiante", mas ainda "muito pouco do ponto de vista da emergência climática": em nota, o Observatório do Clima, que reúne organizações ambientalistas brasileiras, celebrou a correção da NDC, mas ponderou que será necessária uma meta mais ambiciosa para as próximas negociações.

Esperamos que ele se confirme quando o país submeter formalmente a atualização das metas à Convenção do Clima, nos próximos dias, e esperamos que a submissão contenha a referência a um teto absoluto de emissões, de forma a evitar confusões futuras com mudanças em base de cálculo. Este era um avanço na resolução do governo que determinou a correção da NDC e precisa ser mantido.
Nota do Observatório do Clima sobre as metas de NDC do governo Lula

*Com informações da Reuters

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