Sábado, 28/09/2024 |  | | | |  | Joedson Alves/Agência Brasil |
| Dados do BC indicam fraude com 'bets' e beneficiários do Bolsa Família | |  | José Roberto de Toledo |
| O Banco Central fez um estudo (de apenas quatro páginas) sobre o fluxo de dinheiro enviado por apostadores para empresas de jogos online, as chamadas bets. Na divulgação, ganharam destaque três informações: 1- Cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família apostaram em 56 empresas de jogos em agosto fazendo transferências via Pix; 2- Somados, esses cinco milhões de beneficiários gastaram R$ 3 bilhões em apostas durante apenas um mês; 3- A mediana das apostas foi de R$ 100. Traduzindo: metade dos apostadores jogou até R$ 100, no máximo. A outra metade apostou mais do que isso. O Banco Central não diz isso, mas os números que seu estudo apresentou são um forte indício de fraude. Ao se dividir o valor gasto pelo número de beneficiários-jogadores, chega-se a um valor escalafobético: R$ 600 de valor médio para as apostas dos beneficiários do Bolsa Família. O valor médio pago mensalmente aos beneficiários é R$ 684. A estranheza não fica por aí. |
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| Publicidade |  | |  | Gusttavo Lima divulga Vai de Bet durante show no São João de Maceió | Reprodução |
| Gusttavo Lima e mais: cantores, bets e centrão têm interesses convergentes | | José Roberto de Toledo, Thais Bilenky e Márcia Ribeiro |
| O que a Operação Integration, que apura crime de lavagem de dinheiro e ganhou os holofotes com o pedido de prisão do cantor sertanejo Gusttavo Lima, tem a ver com as bets, como são chamados os jogos de aposta online, e a Câmara dos Deputados? Gusttavo Lima, um dos sertanejos mais famosos do Brasil, teve a prisão decretada e revogada em menos de uma semana, período que o cantor nem estava em solo brasileiro. A suspeita é de que Gusttavo Lima tenha relação estreita com empresários envolvidos em jogos de apostas online. Há indícios, segundo a juíza que decretou a prisão, de que o cantor não seria apenas garoto propaganda da Vai de Bet, uma das casas de apostas investigadas, mas também teria participação societária na empresa. O dono da Vai de Bet, José da Rocha Neto, e a esposa estavam na Grécia para comemorar o aniversário do sertanejo quando foi deflagrada a operação. Além da carreira musical, Gusttavo Lima também atua no setor de agropecuária, com várias fazendas e criação de gado, assim como o também sertanejo Wesley Safadão e Bell Marques, cantor baiano e ex-vocalista da banda de axé Chiclete com Banana. Todos são amigos da turma do presidente da Câmara, Arthur Lira. Wesley Safadão, por exemplo, fez um leilão de cavalos. Lira arrematou um animal por R$ 200 mil. Prefeituras aliadas ao presidente da Câmara contratam shows desses artistas com cachês muitas vezes desproporcionais ao orçamento municipal. O prefeito João Henrique Caldas, de Maceió, por exemplo, contratou o Gustavo Lima por quase R$ 1 milhão e o Wesley Safadão por R$ 700 mil para se apresentarem no São João deste ano. Outras cidades menores também pagaram cachês altíssimos aos cantores às custas dos cofres públicos. Voltando às casas de apostas, que pagam muito bem aos cantores para servirem de garotos propaganda, é importante lembrar que os deputados que trabalharam para viabilizar o projeto de lei que acabou legalizando as apostas foi sancionado, em 2018, pelo ex-presidente Michel Temer e passou sem nenhuma regulamentação no governo Bolsonaro. |
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|  | Ainda Estou aqui, filme com Fernanda Torres e Selton Mello no elenco | Aline Onawale |
| 'Ainda Estou Aqui': como Marcelo Rubens Paiva deu um nó na extrema direita | | Thais Bilenky e Márcia Ribeiro |
| Agora é a vez de Marcelo Rubens Paiva, autor do clássico "Feliz Ano Velho", filho do deputado Marcelo Rubens Paiva, sequestrado e morto pela ditadura militar, e de Eunice Paiva, advogada e ativista dos direitos humanos e da causa indígena. Esta última é a grande inspiração para o livro "Ainda Estou Aqui", escrito por Marcelo. Adaptado por Walter Salles para o cinema, o filme é protagonizado por Fernanda Torres e foi aclamado no Festival de Veneza, com dez minutos de aplausos e o prêmio de Melhor Roteiro. A colunista do UOL Thais Bilenky conversou com Marcelo, e ele confidenciou seu sentimento de justiça ao final da exibição. Justiça à mãe, à história da família dele e uma sensação de vingança contra o ex-presidente Bolsonaro que, enquanto deputado, cuspiu no busto de Rubens Paiva na Câmara dos Deputados. Também teve a questão do timing, 'perfeito' nas palavras de Marcelo, com a estreia do filme no momento de ascensão da extrema direita em vários países, inclusive na Itália, onde eles estavam. Tinha todo um ambiente e uma receptividade ao filme que, em outro momento, talvez tivesse um apelo diferente. Foram 16 anos ao todo até o filme ficar pronto "Ainda Estou Aqui" começou a ser esboçado em 2008, quando Eunice foi interditada pela família devido ao diagnóstico avançado de Alzheimer. Em 2013, protestos pedindo intervenção militar e fazendo apologias ao I-5 deixaram Marcelo perplexo. Em 2014, participou da Flip (festa literária de Paraty) e acompanhou a discussão sobre os protestos do ano anterior. Isso o fez questionar sobre o fato das gerações mais novas não entenderem a gravidade de um novo golpe militar.
No mesmo ano, o governo Dilma instalou a Comissão da Memória e da Verdade, e seu pai teve finalmente a morte confirmada de forma oficial pelo Estado brasileiro.
Ainda em 2014 se tornou pai, o que o fez refletir sobre como o pai se sentiu entre as 24 e 48 horas que passou agonizando sob tortura antes de morrer. "Será que eu errei, que eu não devia ter voltado para o Brasil? O que vai acontecer com meus filhos?" Com todo esse caldo, Marcelo terminou o livro em 2015 e, dois anos depois, Walter Salles decidiu adaptar para o cinema. Oito anos se passaram, incluindo o período de pandemia e o governo Bolsonaro. Marcelo chegou a assistir a uma versão não acabada do longa, mas a estreia em Veneza, na telona, foi quando ele o viu pela primeira vez. Durante os dias do festival, Marcelo cumpriu toda a agenda de estreia em festival e desfilou no tapete vermelho com toda a equipe do filme antes dos astros Brad Pitt e o George Clooney, que também estavam estreando um longa. "Ele passou na frente, deixou o George Clooney para trás. E quem é Brad Pitt na fila do pão?", brincou Thais Bilenky. |
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| Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky | | A Hora é o novo podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube. Escute a íntegra nos principais players de podcast, como o Spotify e o Apple Podcasts já na sexta-feira pela manhã. À tarde, a íntegra do programa também estará disponível no formato videocast no YouTube. O conteúdo dará origem também a uma newsletter, enviada aos sábados de manhã. |
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