A prisão do general Walter Braga Netto é um acontecimento histórico. Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, candidato a vice de Bolsonaro em 2022, o personagem desceu ao verbete da enciclopédia como primeiro quatro estrelas, patente máxima da hierarquia do Exército, a receber voz de prisão da Polícia Federal. A despeito da relevância historiográfica, a novidade reforçou a percepção de que o inquérito sobre a tentativa de golpe é uma obra inconclusa. O ministro do Supremo Alexandre de Moraes anotou na ordem de prisão que Braga Netto atuou para "embaraçar as investigações". Tentou interferir na delação do tenente-coronel Mauro Cid. Com a premiação judicial ameaçada, Cid apertou a corda no pescoço do general. Contou que, em "reunião no Palácio do Planalto ou no Alvorada", Braga Netto "entregou o dinheiro" que financiou o plano Punhal Verde Amarelo. |