Quarta-feira, 16/10/2024 | | | |  | Restaurante no bairro de Pinheiros ficou mais de 48 horas sem energia | 13.out.2024-WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO |
| Apagão da Enel vira arena de pugilato político | | | O novo apagão da Enel, em pleno segundo turno, está pautando as campanhas de Guilherme Boulos (PSOL) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e entrou de cara no debate realizado na última segunda, na TV Bandeirantes. Boulos jogou para Nunes a conta da falta de podas de milhares de árvores que atrasa a retomada da energia até hoje, cinco dias após as chuvas que geraram o estrago. Nunes devolveu, culpando a Enel e o governo federal. O prefeito colou no governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta reta final da campanha, para se proteger das investidas de Boulos e de se ver associado ao apagão da Enel. A estratégia tem se mostrado um jogo de empurra cômodo, em que todos têm um pouco de razão, e ninguém se compromete com os prejuízos físicos, financeiros e emocionais que milhões de paulistanos tiveram desde a última sexta-feira. Vacinas vencidas, alimentos estragados, eletrodomésticos queimados. Nunes e Tarcísio elevaram o tom se colocando no papel de clientes indignados da Enel. "A empresa já se mostrou incapaz de prestar serviço no estado de São Paulo", disse o governador durante reunião com os 17 prefeitos da região metropolitana de São Paulo, que decidiram enviar uma carta ao TCU (Tribunal de Contas da União) para pedir intervenção na Enel. O prefeito foi além. Confiante no papel de gestor da cidade que é a principal cliente da empresa, Nunes entrou no jogo de levantar a voz. Após ser criticado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que reclamou do prefeito por ele ter dito que a empresa iria renovar a concessão com apoio do governo federal, mesmo diante de tantos problemas causados à cidade, o emedebista retrucou dizendo que Silveira não faz nada — e usou o termo "vagabundo" para se referir a ele, ainda que indiretamente. De fato, Silveira mencionou o tema em evento na Itália, como contou a colunista Raquel Landim. Silveira, no entanto, disse que Nunes havia feito "fake news" a respeito. Segundo Silveira, o prefeito de São Paulo fez "politicagem de baixo calão" pelas redes sociais. "Foi uma fake news oficial do prefeito da maior metrópole do Brasil. E com tristeza, porque o recebi no meu gabinete, a pedido da bancada do MDB, com o maior respeito", lamentou, citando publicações feitas no domingo (13) por Nunes. "Nós não temos o que fazer, e esses vagabundos lá não estão fazendo nada, e nós estamos aqui sofrendo. Sofrendo. Os vagabundos não estão fazendo nada. Tanto a empresa, como o ministério", disse o prefeito, escalando a narrativa sobre a crise. "O ministério, esse ministro não faz nada", completou. Muito palanque político, pouca solução. Um jogo perigoso com enormes chances de se voltar como bumerangue para quem hoje se beneficia da crise. Nunes, se reeleito, não terá como fugir das críticas sobre o que não está sendo feito em relação às árvores. Após dois apagões graves, a população já começou a ligar os pontos sobre a responsabilidade de quem é quem. Tarcísio, por outro lado, como padrinho político de Nunes e entusiasta defensor do processo de privatização, não vai poder fugir da "paternidade" de outra empresa de serviço essencial delegada ao setor privado, que é a Sabesp. A nova acionista da empresa, a Equatorial, só tem dois anos de experiência na área de saneamento básico. Se ninguém assume seu papel de conivência no caso da Enel, que assumiu a dianteira da distribuição em 2018, no caso da Sabesp, o governador não terá como fugir. "O episódio tem servido de palanque político, com prejuízo à população", diz Joaquim Augusto Melo de Queiroz, sócio da área de Energia do Giamundo Neto Advogados. "Eventos climáticos extremos já não são uma novidade. O que se verifica é a falha na adoção de medidas preventivas que poderiam mitigar o impacto para a população, permitindo a retomada dos serviços de distribuição de energia de forma mais célere", completa. Nesta quarta, o prefeito anunciou um comitê de crise diante da previsão de que chuvas intensas devem cair na capital paulista outra vez nesta sexta (18). À frente nas pesquisas, Nunes torce pela reação da Enel... e deve estar rezando para São Pedro não castigar tanto a cidade. |
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| Publicidade |  | |  | Guilherme Boulos e Ricardo Nunes disputam segundo turno da eleição à Prefeitura de São Paulo | Marina Uezima/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo e Renato Pizzuto/Band |
| UOL, Folha e RedeTV! promovem debate entre Nunes e Boulos nesta quinta | | UOL, Folha de S.Paulo e RedeTV! realizam nesta quinta-feira (17), às 10h20, debate com Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos à Prefeitura de São Paulo. As campanhas dos candidatos confirmaram a participação e assinaram o compromisso de atender às regras do encontro. O debate terá duração aproximada de 2 horas. O debate, com cinco blocos, será parcialmente no formato de banco de tempo. Cada candidato terá 12 minutos para administrar livremente tanto no primeiro quanto no terceiro blocos, reservados para o confronto direto entre eles. O primeiro candidato a falar será definido por sorteio que será realizado com assessores das campanhas na manhã do dia do debate. No terceiro bloco, o primeiro a ter a palavra será o que ficou em segundo no primeiro bloco do confronto. As jornalistas Fabíola Cidral, do UOL, e Amanda Klein, da RedeTV!, serão as mediadoras. Raquel Landim e Thais Bilenky, colunistas do UOL, e Flávia Lima e Matheus Tupina, da Folha, farão perguntas. O debate será transmitido ao vivo do estúdio da Rede TV!, em Osasco, e pelos sites e redes sociais da emissora, do UOL e da Folha. |
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| | Divulgação | |  | Cometi o erro de aceitar o pedido do União Brasil nacional de colocar a mulher do Moro de minha vice. Eu gosto da Rosângela (...) Mas o Moro atrapalhou | | Ney Leprevost (União Brasil) | Ex-candidato a prefeito de Curitiba, que teve Rosângela Moro como vice, e saiu em quarto lugar na disputa |
| | Divulgação | |  | É uma avaliação muito pessoal dele, prefiro não comentar | | Eduardo Pimentel (PSD) | Candidato à prefeitura de Curitiba em chapa com PL de vice, ao ser questionado sobre vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro em apoio a sua adversária, Cristina Graeml |
| Publicidade |  | |  | Plenário da Câmara dos Vereadores de São Paulo em votação de 2021 | Foto: Divulgação |
| 78 cidades de SP não elegeram nenhuma vereadora; em 194, apenas uma mulher | | As eleições para vereador deixaram um saldo ainda muito negativo para o papel das mulheres. Só em São Paulo, estado mais rico do país com 645 municípios, 78 cidades não elegeram nem uma mulher sequer para a Câmara dos Vereadores. Ou seja, todo debate a respeito dos problemas do município será conduzido e decidido por um grupo de homens, mesmo em assuntos que interferem diretamente na vida das mulheres. Em outras 194 cidades, apenas uma mulher foi eleita. E em 193, apenas duas. Dados do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo mostram que os dados ainda estão menos piores do que em 2020. Naquele ano, eram 101 cidades sem vereadoras. Longe de ser motivo para celebrar, é a constatação que dois terços das cidades paulistas terão, no máximo, duas mulheres para debater política. A câmara da capital paulista, ao menos, equilibra um pouco mais esse jogo, ao eleger 20 mulheres este ano, 7 a mais do que na eleição passada. |
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| Morador de Pedreira, que deu vitória a Nunes, mantém voto mesmo com apagão | No bairro da Pedreira, zona sul da capital paulista, eleitores disseram que o apagão que deixou 2,1 milhões de residências sem luz desde a última sexta (11) não vai mudar o voto deles para o segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo. A região, onde vivem mais de 45.000 paulistanos, deu a maior vitória ao prefeito Ricardo Nunes no primeiro turno. Mesmo com todos os incômodos da queda de energia, eleitores ouvidos pela reportagem disseram que o voto para o segundo turno já está consolidado e que não vão mudar de posição.
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| Nunes e Boulos oscilam pouco, e distância segue em 13 pontos, diz pesquisa | Sondagem do instituto Paraná Pesquisa desta quarta mostra o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), com 52,3% das intenções de voto, contra 39,2% do deputado Guilherme Boulos (PSOL). Ambos oscilaram dentro da margem de erro desde a semana passada.
Na semana passada, o prefeito tinha 52,8%. Boulos variou positivamente em 0,2 pontos. Ele tinha 39% na última pesquisa. A distância entre os dois é agora 13,1 pontos percentuais. A comparação é com o levantamento do mesmo instituto, realizado na última quinta-feira, um dia antes do apagão. | | |
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