Arivaldo de Lima Alves foi o primeiro aluno negro no doutorado de Antropologia da UnB (Universidade de Brasília). Ao final de 1998, fez história outra vez: foi o único reprovado em uma matéria obrigatória nos 20 anos do programa. Isso poderia inviabilizar o sonho de virar doutor. Sem motivos que justificassem a nota baixa, Ari enfrentou dois anos desgastantes até conseguir revisar a reprovação. A falta de critério fez o episódio ser entendido como um caso de racismo e homofobia (o aluno também era homossexual) e motivou a elaboração do projeto de cotas étnico raciais na UnB. Em 2003, a universidade se tornou a primeira instituição de ensino superior federal a implementar cotas para negros e indígenas. Na época, Ari fazia parte de um grupo representado por apenas 4,3% do total de alunos. No ano seguinte, os cotistas começaram a chegar. Quase duas décadas após a implementação da lei, a UnB colhe os frutos da política: estudantes negros e indígenas representavam 48% do total de alunos em 2019. Não foi fácil. A reportagem do UOL conta como a universidade foi alvo de inúmeras manifestações contrárias, todas que passavam pelo entendimento de que não há racismo no Brasil. *** O MAPA DA NOVA POBREZA... No momento em que quase um terço da população do país vive com renda por mês de até R$ 497 para cada pessoa da família, segundo um levantamento da FGV, o colunista do UOL Carlos Madeiro mostrou que mulheres alimentam a família com pele de frango doada por ONGs em Maceió. São elas, além de crianças e pessoas negras, as mais afetadas pela fome, mostra o documento da fundação. COMBATE À FOME.... Quilombolas do Vale do Ribeira, no sul de São Paulo, estão ecoando sua rica produção de frutas, legumes e verduras para as comunidades vulneráveis do estado. Além de colocar comida na mesa de quem tem fome, a conexão mostra a potência do encontro entre os territórios, do quilombo para a periferia. *** RACISMO NO FUTEBOL... A partida entre dois times argentinos foi marcada por disparos com arma de fogo, racismo e vestiário quebrado no último sábado (9). O Boca Juniors perdeu para o San Lorenzo em partida conflituosa. Além de trocar tiros com a política, os torcedores do time vencedor chamaram os jogadores do Boca de "negros bolivianos". Com forte presença de imigrantes, a equipe do Boca é alvo de racismo no futebol portenho. Para mergulhar no tema do racismo no esporte, o quarto episódio de Preto no Branco conversa com o ex-jogador Aranha. DE JOGADOR A DEPUTADO... Ídolo do Sport, do Santa Cruz e do Náutico, Carlinhos Bala conta ao UOL que vai concorrer a deputado estadual de Pernambuco. Admite ser pouco interessado em política, mas diz querer ajudar os pobres. *** ESCRAVOCRATA... O podcast "A Mulher da Casa Abandonada", do jornal Folha de S. Paulo, tem levado fãs para as ruas de Higienópolis para vasculhar a casa de Margarida Bonetti, brasileira que manteve uma empregada doméstica em condições análogas à escravidão, por 20 anos. O caso mostra os resquícios da escravidão na sociedade. *** PUBLICIDADE | | |