Não está fácil, mas rir sempre vale a pena
Não está fácil rir. Aliás, são muitos os motivos para rugas de preocupação cada vez que a realidade bate à nossa porta, entra na nossa TV, estampa as manchetes dos jornais ou invade a nossa timeline.
Este ano, o mundo presenciou a barbárie de um atentado terrorista ao jornal satírico francês Charlie Hebdo. Chegamos ao cúmulo de que fazer rir pode colocar vidas em risco.
A convite da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), está no Brasil o atual diretor da publicação, Laurent Sourisseau, que foi gravemente ferido na ação terrorista. Tive o privilégio recebê-lo em minha casa para homenagear essa pessoa que, apesar do trauma, mantém o seu trabalho quase que como um manifesto de que “o direito ao riso venceu”.
Rir alivia. Rir cura. Rir ensina. Rir critica. Rir combate. Rir relaxa.
Poderia reunir uma porção de citações médicas “made in Google” para corroborar com a tese de que bom humor e risadas têm efeito terapêutico comprovado. Poderia ainda juntar aqui muitas provas dos benefícios sociais e culturais embutidos em uma boa e frouxa gargalhada.
Poderia ser também o chato que prova por 'A mais B' (ou Ctrl+C, Ctrl+V) que a comédia tem sido usada pelo homo sapiens como ferramenta de protesto e mobilização política desde que os neurônios Tico e Teco do Adão entraram em sintonia.
Mas hoje eu só quero mesmo dizer que uma boa gargalhada é mesmo totalmente excelente!
No manifesto que deu origem ao Risadaria, redigido em 2008, eu e os demais curadores do projeto assumimos a responsabilidade de reunir todas as formas de fazer as pessoas rirem num grande movimento.
Com orgulho posso dizer que a sexta edição do festival transformará julho no “Mês do Bom Humor”, com 642 espetáculos em 35 endereços da cidade de São Paulo. Será o maior evento de comédia do mundo, com apresentações, shows ao vivo, debates, oficinas, filmes e uma extensa programação infantil.
Gostamos de dizer que somos o país do futebol ou do samba. Eu conheço brasileiros que não gostam do ziriguidum. Também conheço muitos, principalmente depois da trapalhada épica do time do Felipão na Copa do Mundo do ano passado, que não são tão loucos por futebol. Mas não conheço ninguém, nem a mais ranzinza das sogras, que não goste de rir.
Portanto, que seja por motivos médicos, terapêuticos, culturais ou "dolce far niente": divirtam-se rindo a valer!
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