Candidatos ao governo de SP nacionalizam disputa no debate UOL/Folha/SBT

Ana Carla Bermúdez, Bernardo Barbosa e Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo

Os candidatos ao governo de São Paulo aproveitaram o debate promovido por UOL, Folha de S. Paulo e SBT nesta quarta-feira (19) para nacionalizar a disputa estadual, buscando ou refutando associações com os nomes que disputam a Presidência da República.

O deslocamento de foco para a disputa nacional foi comandado por João Doria (PSDB) e Luiz Marinho (PT), que escolheram um ao outro em oportunidades de confronto direto.

Já no primeiro bloco, Marinho questionou Doria por ter deixado a Prefeitura de São Paulo antes do fim do mandato. O tucano respondeu dizendo que, se seu então concorrente e hoje candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, fosse bom, teria sido reeleito.

Doria retribuiu o ataque no terceiro e último bloco, quando perguntou se Marinho faria como o PT no governo federal, acusando o partido de criar "carguinhos para seus companheiros". Vestindo uma camisa estampada com o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na Operação Lava Jato, Marinho exaltou sua gestão como ministro do Trabalho e o governo Lula.

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Márcio França (PSB) também aproveitou uma pergunta de Marinho sobre transporte público para dizer que a "briga PT, MDB e PSDB" prejudicou "o Brasil inteiro, e agora querem trazer isso para São Paulo".

França ainda atacou Paulo Skaf (MDB) e o associou ao presidente Michel Temer ao dizer que o candidato emedebista foi citado "junto com o Temer" em delações da Operação Lava Jato. Skaf negou ter cometido irregularidades.

Lisete Arelaro (PSOL) aproveitou sua primeira pergunta não para enfrentar um adversário, mas para falar do movimento de mulheres contra o candidato do PSL a presidente, Jair Bolsonaro. Na resposta, Marinho disse que Bolsonaro "está mamando na teta do poder público há muito tempo" por ser deputado federal há quase 30 anos. Ela ainda voltaria a criticar o presidenciável em outra oportunidade e em sua consideração final, chamando-o de "coiso".

Marcelo Candido (PDT), por sua vez, pediu votos para Ciro Gomes, enquanto Rodrigo Tavares (PRTB) afirmou que Bolsonaro terá "participação" em um eventual governo seu e disse que "é crescente o número de mulheres" que apoiam o candidato presidencial do PSL.