ESCÂNDALOS NO CONGRESSO

33. Compra de refinaria nos EUA com aval de Dilma dá prejuízo bilionário à Petrobras

Data de divulgação
19.mar.2014

Em 2006, a Petrobras comprou 50% da refinaria em Pasadena, no Texas (EUA), por US$ 360 milhões. Um ano antes, a empresa belga Astra Oil havia adquirido a refinaria inteira por US$ 42,5 milhões.

Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam e uma cláusula do contrato entre as duas empresas obrigou a estatal brasileira a comprar a parte que pertencia à empresa belga. O negócio inteiro acabou custando, à Petrobras, US$ 1,18 bilhão, mais de 27 vezes o que a Astra pagou pelo negócio em 2005, segundo informações do jornal "O Estado de S.Paulo".


O caso ganhou mais repercussão porque, na época, a presidente Dilma Rousseff presidia o Conselho de Administração da estatal e deu aval à compra, defendida pelo então diretor da área internacional, Nestor Cerveró, responsável pelas informações prestadas aos conselheiros.

O plano que justificou o negócio seria adquirir uma refinaria obsoleta, mais barata, melhorar suas instalações e adaptá-las ao tipo de petróleo mais produzido no Brasil.


Em 18 de março de 2014, a presidente Dilma Rousseff afirmou, por meio de nota, que só apoiou a compra da primeira metade da refinaria porque recebeu "informações incompletas" de um parecer "técnico e juridicamente falho". O reconhecimento, por Dilma, de que havia algo errado com a compra de Pasadena levou o caso à mira da oposição.

Outro lado

José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras na época da aquisição da refinaria, defendeu a compra e disse que Dilma não poderia "fugir da responsabilidade" por ter autorizado o negócio.

Graça Foster, presidente da Petrobras a partir de fevereiro de 2012, declarou que as perdas com a compra da refinaria de Pasadena poderiam ser recuperadas "total" ou "parcialmente", mas admitiu que a compra "não foi um bom negócio". Segundo ela, na época da aquisição a Petrobras "fez um projeto muito razoável do ponto de vista econômico. No conjunto da análise não foi um bom negócio, mas na época foi um negócio potencialmente bom". Graça Foster falou sobre o caso em audiência pública no Senado.  

O que aconteceu

A compra levantou suspeita de superfaturamento e evasão de divisas e é investigada pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União, pela Controladoria Geral da União e pelo Ministério Público. Uma comissão interna da estatal também apura o negócio.

Em março de 2014, o Conselho de Administração da Petrobrás exonerou Nestor Cerveró do cargo em que ocupava na BR Distribuidora, ligada à estatal.

O Senado instalou, em 14.mai.2014, Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar denúncias de irregularidades e má gestão na Petrobras. A bancada governista inclui no escopo da CPI as obras do Porto de Suape, em Pernambuco, para tentar atingir o ex-governador Eduardo Campos (PSB). Também está prevista uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que reúne deputados e senadores, para apurar a compra de Pasadena. 

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