ESCÂNDALOS NO CONGRESSO

38. Empresas-fantasmas teriam pago avião usado por Campos em campanha

Data de divulgação
26.ago.2014

Três empresas-fantasmas teriam sido usadas para pagar o jato em que morreu o então candidato do PSB à  presidência, Eduardo Campos [1965-2014], segundo reportagem publicada no "Jornal Nacional".

Extratos bancários da conta A.F. Andrade –empresa proprietária da aeronave, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)– mostraram que 16 transferências no valor total de R$ 1,71 milhão teriam sido feitas por seis pessoas físicas ou jurídicas diferentes para pagar o avião. Entre as supostas empresas que faziam as transferências estavam a peixaria Geovane Pescados –localizada em uma residência–, a RM Construções –empresa que funcionava em uma casa no Recife–, e a empresa Câmara &Vasconcelos –cuja sede é uma sala vazia.

Além dos depósitos realizados pelas supostas empresas, as transferências também eram realizadas por escritórios localizados em Brasília, Recife e São Paulo.

A A.F. Andrade afirma que o avião havia sido repassado a outros proprietários. O jato teria sido comprado por três empresários de Pernambuco: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Apolo Santana Vieira e Eduardo Ventola.

A aeronave era utilizada por Campos em sua campanha desde maio, mas ainda estava registrada em nome da A.F. Andrade. 

Outro lado

O empresário João Carlos Lyra afirmou ter feito vários empréstimos com a empresa A.F. Andrade e que os depósitos se destinavam a pagar parcelas atrasadas do financiamento do jato Cessna, segundo reportagem do "Jornal Nacional".

O PSB afirmou, por meio de nota, o avião havia sido emprestado pelos empresários João Carlos Lyra e Apolo Santana Vieira e que o recibo eleitoral seria emitido ao fim da campanha de Eduardo Campos.

O que aconteceu

A pedido da Anac, a Polícia Federal investiga por que o real dono e o operador do jato eram diferentes.

Uma das hipóteses levantadas pelos policias é que o jato teria sido comprado com recursos de caixa dois de empresários ou do partido, segundo reportagem da "Folha de S. Paulo".

No começo de setembro de 2014, o PSB apresentou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a segunda parcial da prestação de contas do então candidato Eduardo Campos, segundo reportagem do jornal "O Globo".

O avião foi incluído na parcial, mas a quantidade de voos e os custos deverão ser lançados somente na prestação final, prevista para o dia 25.nov.2014.
 

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