4. Senadores criticam 14º e 15º salários, mas embolsam o dinheiro
Data da divulgação
10.jan.2013
Após aprovar por unanimidade o fim dos 2 salários extras pagos anualmente a congressistas, a maior parte dos senadores embolsou o dinheiro dos benefícios sem reclamar. O fato foi noticiado pela "Folha de S.Paulo" em 10.jan.2013.
Quando a reportagem foi publicada, apenas o Senado tinha aprovado o fim do pagamento dos salários extras. Os benefícios só foram extintos depois que a Câmara também aprovou a medida em 27.fev.2013, segundo registrou a "Folha".
"Durante a votação no Senado em maio [de 2012], 15 senadores se manifestaram contra os extras, mas em dezembro só três desses tomaram a iniciativa de não ficar com o dinheiro: Pedro Taques (PDT-MT), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)", escreveu a "Folha".
Os demais senadores que discursaram contra o privilégio não abriram mão do 15º salário de R$ 26,7 mil. Assim, conseguiram um contracheque de R$ 80 mil brutos no último mês do ano, afirmou o jornal.
Dos 81 senadores que compõem o Senado (incluindo os que não haviam criticado os privilégios), só 13 devolveram ao Senado o 15º salário, informou a "Folha".
Outro lado
A assessoria do Senado informou que, da data em que a reportagem foi publicada, ainda era possível devolver o pagamento.
A "Folha" publicou também declarações de senadores que se contradisseram no caso dos salários extras. Ivo Cassol (PP-RO), por exemplo, afirmou o seguinte em maio de 2012 no dia em que o Senado decidiu extinguir o 14º e o 15º salários: "Os parlamentares não necessitam mais desse subsídio, uma vez que a Casa custeia as despesas, tanto de transporte aéreo como a movimentação". Mas, em janeiro de 2013, afirmou: "Sou a favor do fim do benefício, mas não apenas para mim".
Eduardo Suplicy (PT-SP), que também não devolveu o dinheiro, disse em 2012 que "em nome do PT, recomendo o voto 'sim', uma vez que, para o conjunto dos trabalhadores, não há algo dessa natureza". Em 2013, disse que doaria o dinheiro para um projeto social.
Ricardo Ferraço (PSB-ES) afirmou em 2012: "não faz nenhum sentido nós, senadores, termos aquilo que popularmente se consagrou como 14º e 15º, distanciando-nos efetivamente da realidade da grande maioria dos trabalhadores brasleiros". Em 2013, sua assessoria disse que, como a Câmara ainda não tinha aprovado o fim do pagamento, ele iria avaliar o que fazer.
Sérgio Souza (PMDB-PR), suplente de Gleisi Hoffmann (PT-PR), licenciada para exercer o cargo de ministra da Casa Civil, também discursou contra os pagamentos em 2012. A "Folha" afirmou que não o localizou antes da publicação da reportagem.
O que aconteceu?
Nada.