ESCÂNDALOS NO CONGRESSO

68. Deputados aceitam presentes de entidade ruralista

Data de Divulgação

21.ago.2011

O escândalo

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aceitou receber doação ilegal de uma TV de plasma da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), noticiou o "Correio Braziliense" em 21.ago.2011. "Doações como essas são consideradas ilegais pelo próprio departamento jurídico da Câmara", publicou o jornal.

A princípio, a TV seria instalada no plenário da comissão (onde ocorrem discussões e votações de interesse da CNA) para a divulgação de cotações de produtos agrícolas e de campanhas da própria CNA. Isso foi vetado pela direção da Câmara, afirmou o "Correio". No entanto, o aparelho "foi instalado dentro da secretaria da comissão", relatou o jornal.

Parecer da assessoria jurídica da Câmara considerou ilegal a entrega da TV porque a CNA obteria "vantagens diretas" ao veicular campanhas publicitárias e a logomarca da entidade, informou o jornal.

Presentes de outras entidades também são aceitos pela comissão. Ao lado da TV, por exemplo, há "três cafeteiras e uma máquina de sucos, doadas por entidades que fazem lobby pelo agronegócio no Congresso", afirmou o "Correio". As doações foram feitas pela Cooperativa Regional dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde (Cocarive) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja). "Todas essas entidades atuaram presencialmente na Câmara em defesa do novo Código Florestal Brasileiro", comentou o jornal.

Outro lado
O presidente da Comissão de Agricultura na época em que a TV foi recebida, deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), afirmou que os deputados querem devolver o aparelho à CNA. Ele confirmou que as três cafeteiras foram doadas por associações de produtores agrícolas. "Recebemos muitas pessoas de fora, que experimentam o verdadeiro café do Cerrado. A comissão existe para representar o setor e, por isso, não há problema algum no fato de o setor ter um espaço ali dentro", disse Lupion.

O atual presidente da comissão, Lira Maia (DEM-PA), disse não haver problema na situação. "Não vejo problema nisso. Todos lutam pelo mesmo objetivo", afirmou, segundo publicado pelo "Correio".

A CNA, presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO), afirmou, via assessoria de imprensa, que "a TV só passa cotações de preços. Não é um presente para funcionários e deputados usarem". O "Correio" ainda publicou que, segundo a assessoria da entidade, "nenhum pedido de devolução da tevê foi formulado pela Câmara, ao contrário do que afirma o deputado Abelardo Lupion".

O que aconteceu?

Nada.

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