Data de Divulgação

15.jun.2011

O escândalo

Deputados deixaram de participar da discussão sobre uma Medida Provisória (MP) relacionada à realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olímpiadas de 2016. Preferiram assistir ao primeiro jogo da final da Libertadores entre Santos e Peñarol no cafezinho da Câmara, noticiou o UOL em 15.jun.2011.

Durante a sessão, a Câmara aprovou a MP com texto que permite ao governo manter em sigilo os gastos das obras ligadas aos eventos esportivos. Outro ponto estabelecido pela MP é a flexibilização das licitações para as obras.

A discussão durou horas, segundo relatou o portal "UOL", em 15.jun.2011. Quando terminou o debate, os deputados que viam o jogo precisaram ser chamados para votar –tratava-se de votação nominal, em que o resultado final é composto pelo voto de cada deputado e não de cada partido.

Após gravar as imagens dos deputados assistindo à partida, o repórter do UOL foi ameaçado pelo segurança Edwaldo Filho (identificado com o número de ponto 5506). O segurança disse que se as imagens fossem divulgadas, o repórter sofreria represálias, sem especificar quais.

Edwaldo Filho ordenou a entrega da câmera em que estavam registradas as imagens ou a credencial de imprensa do repórter. Sem conseguir o que queria, Filho conduziu o jornalista para fora do plenário, onde só havia outros seguranças, e arrancou de seu pescoço as credenciais de imprensa, segurando-o pela gravata. Os documentos foram devolvidos após os dados do repórter serem anotados pelo segurança.

O que aconteceu?

Com relação aos deputados vendo jogo de futebol durante uma sessão da Câmara, não aconteceu nada.

Sobre a ameaça sofrida pelo jornalista do UOL, foram contatados o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e a Presidência da Câmara. O Sindicato enviou ofício à Casa pedindo explicações por escrito. Mas não recebeu nenhuma resposta.

O chefe de gabinete da Presidência da Casa telefonou para o repórter e disse que nenhuma atitude será tomada pela segurança da Câmara contra ele. Também afirmou que é proibido filmar os deputados no plenário e no cafezinho da Câmara.

Segundo o chefe de gabinete, o segurança tomou a credencial do pescoço do repórter para anotar dados do jornalista e contatar a chefia do "UOL". O segurança queria falar com os editores do portal para reclamar das filmagens no plenário, disse a Presidência da Casa.