ESCÂNDALOS NO CONGRESSO

81. Funcionários de senadora Kátia Abreu (PSD-TO) trabalham para partido

Data de Divulgação

16.set.2011

O escândalo

Dois funcionários do gabinete da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) coletaram, em Tocantins, assinaturas de apoio à criação do PSD (Partido Social Democrático), noticiou a "Folha" em 16.set.2011. A senadora anunciou sua saída do DEM para apoiar a criação do PSD, idealizado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Segundo a "Folha" eleitores afirmaram ter dado a assinatura em troca de cestas básicas e dinheiro para remédios. "De acordo com esses relatos, os benefícios foram prometidos por aliados da ex-prefeita de Jaú dos Tocantins Eurídice Araújo, funcionária do gabinete da senadora", publicou o jornal.

Kátia Abreu também é citada como doadora de cestas básicas a eleitores que dão assinaturas em vídeo anexado pelo DEM a ação contra o PSD no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O vídeo foi divulgado em 16.set.2011 pelo site do jornal "O Estado de S. Paulo".

Segundo a "Folha" os funcionários do gabinete de Kátia Abreu que recolheram assinaturas de apoio ao PSD são Eurídice Araújo e Paulo Lima. Eurídice é ex-prefeita de Jaú dos Tocantins e foi contratada em junho de 2011 como assistente parlamentar pelo gabinete de Kátia Abreu.

"Eurídice admitiu ter organizado a coleta de nomes, mas negou ter prometido benefícios aos eleitores. "Aqui ninguém precisa de cesta para apoiar Kátia Abreu", disse. "Não precisei nem bater de porta em porta para pedir." Ela coletou cerca de 200 assinaturas e enviou as listas para outro funcionário da senadora, Paulo Lima, que trabalha em Palmas. "Mandei 200 porque só me pediram 200", contou. "Se tivessem pedido mil, eu mandava mil"", publicou a "Folha" (reportagem aqui para assinantes do jornal).

A "Folha" publicou também relatos de eleitores. "Assinei, mas não sabia de partido nenhum", disse a vendedora Silvana Soares de Souza, segundo o jornal. "Disseram que era para receber uma cesta que a Eurídice conseguiu do Estado e dinheiro para os remédios que meu marido toma". Silvanete Alves Teixeira, dona de casa, também aparece na lista de apoiadores enviada à Justiça Eleitoral e disse desconhecer o PSD. "Aqui, quando alguém aparece prometendo ajuda, todo mundo quer", afirmou, segundo a reportagem da "Folha".

Outro lado
A senadora Kátia Abreu afirmou, via assessoria de imprensa, "não acreditar que seus funcionários tenham cometido irregularidades" e que eles "não estão à disposição do partido", publicou a "Folha" (aqui o texto disponível para assinantes do jornal).

"Sobre o envio de listas com assinaturas pela ex-prefeita Eurídice Araújo ao secretário parlamentar Paulo Lima, a senadora afirmou que "não se configura crime" e que os dois "não utilizaram a estrutura do gabinete político no Tocantins", informou o jornal.

A senadora afirmou também que quer apuração de irregularidades na suposta distribuição de cestas básicas em troca de assinaturas para a criação do PSD.

Já o governo do Tocantins afirmou, em nota, que "desconhece a entrega de cestas básicas em troca de assinaturas para criação de partido político". O governo também disse que não realizou nenhum cadastro recentemente para benefícios sociais, publicou a "Folha".

O que aconteceu?

O DEM, partido que a senadora Kátia Abreu deixou para fundar o PSD, entregou vídeo ao TSE com depoimentos de pessoas relatando a troca de assinaturas por cestas básicas. Não houve consequências. O PSD foi criado e a senadora não recebeu punição por causa do episódio.

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