Data de Divulgação

22.ago.2011

O escândalo

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), usou helicóptero da Polícia Militar do Maranhão para "passear em sua ilha particular", noticiou a "Folha" em 22.ago.2011. O Estado é governador por Roseana Sarney (PMDB), filha de José Sarney.

Segundo a "Folha", foram 2 passeios no helicóptero policial em 2011. "Numa das viagens até a ilha de Curupu, onde tem uma casa, o senador foi acompanhado de um empresário que tem contratos milionários no Maranhão, que é governado por sua filha Roseana Sarney (PMDB)", afirmou a reportagem.

O helicóptero que Sarney usou custou R$ 16,5 milhões aos contribuintes maranhenses e foi adquirido em 2010 para combater o crime e socorrer emergências médicas.

O jornal mencionou ainda trecho do discurso da governadora Roseana Sarney no ato de entrega do helicóptero. Ela disse que a aquisição era "uma demonstração" de que estava investindo "em uma polícia moderna, [...] afastando de vez a bandidagem" do Maranhão".

Atraso para atendimento médico
No fim de um dos passeios, o desembarque das bagagens do senador José Sarney (PMDB-AP) atrasou o atendimento de um homem com traumatismo craniano e clavícula quebrada que estava sendo atendido pela PM. A "Folha" publicou que a cena foi gravada por um cinegrafista amador. As imagens mostram Sarney e seus amigos desembarcando no heliponto da Polícia Militar em São Luís em dois domingos, 26 de junho e 10 de julho. A "Folha" publicou os vídeos.

Outro lado
José Sarney (PMDB-AP) afirmou, via assessoria, que tem "direito a transporte de representação e segurança em todo o território nacional, seja no âmbito federal ou estadual, sem restrição às viagens de serviço". A explicação foi publicada pela "Folha" em 22.ago.2011. O texto está disponível para assinantes do jornal e do UOL.

A assessoria do senador afirmou, segundo a "Folha", que os voos particulares do senador estão em consonância com o artigo 2º da Constituição, que diz: "São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário".

A equipe de Sarney também afirmou que "a viagem foi feita à ilha de Curupu a convite da governadora do Maranhão, Roseana Sarney [filha de Sarney]".

"O senador não se pronunciou sobre a presença do empresário Henry Duailibe Filho no voo e a demora no atendimento do pedreiro Aderson Ferreira Pereira, que no dia 10 de julho precisou esperar o desembarque de Sarney para ser levado a um hospital em São Luís", comentou a reportagem.

Já o empresário Henry Duailibe Filho disse que pegou uma "carona" no helicóptero da Polícia Militar e não vê nada que o impeça de fazer isso. "Eu estando lá e ver [o helicóptero] vazio, não posso ir? Acho que posso", afirmou. Ele negou que a proximidade com a família Sarney tenha ajudado suas empresas a obter contratos com o governo do Maranhão (ele tem R$ 70 milhões em contratos com o Estado).

Um pouco depois de o caso ter sido noticiado, Sarney comentou novamente o episódio: ""Quando a legislação diz que o presidente do Congresso tem direito a transporte de representação, estamos homenageando a democracia, cumprindo a liturgia das instituições".

O que aconteceu?

Nada.