ESCÂNDALOS NO CONGRESSO

69. José Vieira (PR-MA) dá meio milhão a empresa-fantasma

Data de Divulgação

O escândalo

O deputado federal José Vieira (PR-MA) repassou R$ 560 mil do dinheiro da Câmara a uma empresa-fantasma, noticiou o jornal "Folha de S.Paulo" em 22.ago.2011.

Vieira tem avião próprio, afirmou a "Folha". No entanto, durante 2 anos, simulou despesas com fretamento de aeronaves para pedir reembolso à Câmara. A despesa foi incluída na "cota para exercício da atividade parlamentar". A forma como a cota pode ser usada foi relatada em reportagem publicada pelo portal UOL em 11.jul.2011 e registrada por este Monitor de Escândalos.

Os pagamentos de fachada do deputado José Vieira, segundo a "Folha", foram feitos à Discovery Transporte e Logística, empresa de táxi aéreo "que só existe no papel", escreveu a reportagem. Segundo o jornal, a Infraero informou que a Discovery não faz voos e não tem registro na Anac (Agência Nacional de Avião Civil) como empresa de táxi aéreo.

"A Discovery não possui avião, nem sede, nem funcionários. O endereço que consta como sede da empresa na Receita Federal é uma residência em um conjunto habitacional simples, em São José do Ribamar, na região metropolitana de São Luís", relatou o jornal.

Outro indício de irregularidade é o registro da empresa, feito em nome de um piloto que prestava serviços ao deputado José Vieira em Bacabal (MA). Apesar de o piloto, José Joaquim Nina, ter morrido no início de 2011 os pagamentos à empresa continuaram, publicou a "Folha".

Os pagamentos à Discovery correspondem à maior parte dos gastos do deputado José Vieira (PR-MA) com a cota parlamentar. "Os gastos começaram a ser lançados em julho de 2009. Em alguns meses, foram mais de R$ 60 mil. Neste ano [2011], a Câmara pagou R$ 83 mil de notas da Discovery", disse a reportagem.

Outro lado
A seguir, íntegra da nota publicada pela "Folha" em 22.ago.2011:

"Vieira ignora perguntas da reportagem

A reportagem da Folha tentou, sem sucesso, por cinco dias, ouvir o deputado José Vieira sobre os pagamentos à empresa Discovery. Ao ser informado de que a Discovery não tem avião, nem sede, o chefe de gabinete do deputado, Ivo Icó, mostrou surpresa. "Como é que não tem avião, se o deputado voa nela? É lógico que existe. O deputado vai voar numa empresa fantasma?". Icó anotou as perguntas do jornal e prometeu que o deputado entraria em contato, o que não aconteceu."

O que aconteceu?

Nada.

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