Data de Divulgação

26.ago.2011

O escândalo

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), usou avião e helicóptero da Uniair, empresa de transporte aéreo da Unimed, para ir a eventos do PT nas cidades gaúchas de Erechim e Gramado. A notícia foi dada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" em 26.ago.2011. Em 4.jun.2011 o deputado havia feito outra viagem em avião particular, para assistir a jogo da seleção brasileira em Goiânia, afirmou o jornal.

Questionado sobre os voos, o petista cometeu aparente tropeço ao dizer que tem um bom salário (R$ 26,7 mil, bruto) e que cobrirá as despesas dos voos. A declaração foi publicada em 26.ago.2011 pelo "Estado".

Segundo o jornal, a empresa que levou Marco Maia no trecho Brasília-Goiânia-Porto Alegre afirmou que o preço do trajeto pode variar de R$ 30 mil a R$ 45 mil. "Na declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2010, Maia disse ter um patrimônio de R$ 342 mil. Ou seja, o pagamento do frete do avião corresponderia a aproximadamente 13% de seu patrimônio", informou a reportagem.

Unimed
Em 20.ago.2011, segundo o "Estado", o deputado Marco Maia (PT-RS) usou avião da Unimed, prefixo PT-WZC, para viajar de Porto Alegre e Erechim. Em seguida, usou um helicóptero para viajar até Gramado. E fez o trajeto de volta também.

Em 17.fev.2011, após ser eleito presidente da Câmara dos Deputados, o petista recebeu em seu gabinete José Abel Ximenes, assessor da presidência da Unimed Brasil.

"O site pessoal de Maia destacou o encontro dele com o dirigente da Unimed. Ao reproduzir texto do portal da Câmara, afirmou que, "na ocasião, Ximenes entregou ao parlamentar a publicação Ações Político-Institucionais da Unimed Brasil - Agenda 2011, na qual estão expostas as ações que devem ser desenvolvidas pela instituição neste ano", mencionou a reportagem do "Estado" publicada em 26.ago.2011.

Em 27.ago.2011, o "Estado" publicou outro texto informando que eram pelo menos 4 os voos em aviões particulares feitos pelo deputado Marco Maia em 2011, não 2 voos como noticiado inicialmente. "Na manhã de ontem [26.ago.2011], em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente da Câmara dissera então que havia feito somente esses dois voos. A versão mudou novamente mais tarde, após a reportagem do Estado descobrir outras duas viagens particulares: uma no dia 29 de abril e outra em 24 de junho", afirmou o jornal.

Outro lado
O "Estado" relatou contradição na explicação prestada pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), sobre o fato.

A primeira delas foi que o político disse que deslocamento para Erechim e Gramado eram os primeiros fretados que fazia em 2011. "Horas depois, o presidente da Câmara foi obrigado a mudar a versão após a reportagem confirmar que ele também viajara num avião particular, no dia 4 de junho, de Brasília para Goiânia para assistir ao jogo da seleção brasileira de futebol contra o time da Holanda. De lá, seguiu na mesma aeronave para Porto Alegre".

Depois, Maia afirmou, segundo o "Estado", não se lembrar do nome da empresa contratada nem o valor pago pelo voo que o levou ao jogo da seleção. "Diante da insistência da reportagem, informou que o serviço fora prestado pela Ícaro Táxi Aéreo".

O petista ainda disse ao "Estado", segundo texto publicado em 26.ago.2011, que vai pagaria pelas despesas dos voos feitos pela Uniair. "Eu ganho bem", disse.

Em 27.ago.2011, o "Estado" publicou outro texto informando que Marco Maia admitia ter feito pelo menos 4 voos em aviões particulares em 2011 e não apenas 2. "Maia reconheceu essas viagens depois de dois dias de contradições ao ser questionado sobre o assunto", comentou a reportagem.

A direção da Uniair, segundo a reportagem foi procurada e "informada do teor do assunto envolvendo o deputado". No entanto, nenhuma resposta ao assunto foi dada até o fechamento do jornal que veiculou a notícia, informou o "Estado".

O que aconteceu?

Nada.

Em 22.set.2011, o site da coluna "Radar" da revista "Veja" publicou a seguinte nota:

"Para evitar desgastes com novas reportagens sobre suas viagens em aviões particulares, Marco Maia enviou diretamente à cúpula de O Estado de S. Paulo as notas fiscais dos pagamentos que fez pelos voos efetuados. Há cerca de trinta dias, Maia foi alvo de reportagens sobre seus passeios em aeronaves de táxi aéreo".