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Carne enlatada? Panetone? Veja o que já disseram sobre dinheiro suspeito

Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em Brasília

10/11/2015 06h00

Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), finalmente deu suas explicações sobre a origem de milhões de dólares em contas na Suíça que, segundo delatores da operação Lava Jato, seriam resultado do pagamento de propina. Cunha disse que parte do dinheiro foi ganha com a venda de carne enlatada.

Esta não foi a primeira vez que políticos e outros suspeitos de corrupção brasileiros deram explicações curiosas para justificar o recebimento de recursos ou padrões de vida considerados luxuosos. O UOL selecionou outras explicações inusitadas para a fortuna de suspeitos de corrupção. 

  • Imagem: Ailton de Freitas/Folhapress
    Imagem: Ailton de Freitas/Folhapress

    Em 1993, deputado disse que dinheiro suspeito foi ganho em loterias

    Em 1993, durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Anões do Orçamento, que investigava o pagamento de propinas a parlamentares para inclusão de emendas favoráveis a empresas, o então deputado federal João Alves (à época no PRP) culpou sua boa sorte por uma fortuna avaliada (em valores da época) em R$ 5 milhões. Em depoimento à CPI, Alves disse que parte de seu patrimônio havia sido ganho com prêmios da loteria. Segundo investigações, ele teria sido premiado 221 vezes. Havia suspeitas de que ele usava dinheiro de propina em apostas pulverizadas na loteria para lavar os recursos ilegais. Em 1994, Alves renunciou ao cargo para evitar a cassação de seus direitos políticos. Em 2004, o ex-parlamentar morreu vítima de um câncer de pulmão. Leia mais

  • Imagem: Antonio Gauderio/Folha Imagem
    Imagem: Antonio Gauderio/Folha Imagem

    Em 2005, assessor disse que dólares na cueca eram lucro com verduras

    No dia 8 de julho de 2005, o então assessor parlamentar José Adalberto Vieira da Silva, do gabinete do hoje líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), foi preso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com R$ 200 mil em uma mala e US$ 100 mil presos escondidos na cueca. Veira da Silva disse aos policiais que parte do dinheiro era resultado da venda de verduras na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Segundo o depoimento dado à época, Vieira da Silva disse que, além de ser assessor parlamentar, ele também era agricultor. Ele foi logo liberado e passou a responder a processo em liberdade. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), o dinheiro transportado por Vieira da Silva era fruto do pagamento de propina do consórcio STN (Sistema de Transmissão Nordeste) ao Banco do Nordeste como retribuição por um financiamento. Em 2012, porém, o STJ livrou Guimarães da acusação alegando que as relações profissionais e de amizade entre ele e Vieira da Silva não seriam suficientes para configurar a sua culpa no caso. Leia mais

  • Imagem: Ailton de Freitas/Agência O Globo - 12.abr.2010
    Imagem: Ailton de Freitas/Agência O Globo - 12.abr.2010

    Arruda recebe R$ 50 mil e diz que era para comprar panetones

    Em 2009, veio à tona um vídeo gravado por Durval Barbosa em que o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (à época no DEM), aparece recebendo pelo menos R$ 50 mil em espécie. As gravações foram feitas em 2006, quando Arruda ainda não era governador. Investigações indicam que os recursos eram oriundos do pagamento de "caixa 2" para a campanha de Arruda para o governo. O ex-governador negou a acusação e disse que o dinheiro era resultado de doações feitas por empresas para uma tradicional festa de Natal que ele promoveria para famílias carentes e que os recursos seriam gastos para a compra de panetones. Em fevereiro de 2010, Arruda foi preso pela PF por suspeitas de participar do esquema apurado pela operação Caixa de Pandora. Em março, Arruda foi cassado pelo TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal). Em 2014, Arruda tentou disputar o governo do DF mais uma vez, mas desistiu às vésperas das eleições depois de ter vários recursos rejeitados. Leia mais

  • Imagem: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo
    Imagem: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

    Dólares na calcinha seriam para comprar móveis na Itália

    Em março de 2014, a empresária Nelma Kodama foi presa no aeroporto de Guarulhos enquanto tentava embarcar para a Itália com 200 mil euros escondidos na calcinha. Nelma, que responde a processos no âmbito da operação Lava Jato, disse que a quantia escondida em suas roupas íntimas seriam usadas para a compra de móveis. Nelma continua presa em Curitiba e responde a processos por lavagem de dinheiro dentro do esquema investigado pela operação Lava Jato. Em depoimento dado à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, Nelma disse que viveu um relacionamento amoroso com o doleiro Alberto Youssef entre 2000 e 2009. Youssef é um dos principais delatores do esquema. Leia mais

  • Imagem: Arquivo pessoal/Facebook
    Imagem: Arquivo pessoal/Facebook

    Dinheiro de "prefeita ostentação" vinha de namorado rico, diz advogado

    Em agosto de 2015, a PF (Polícia Federal) deflagrou uma operação contra a corrupção no município de Bom Jardim, no interior do Maranhão. A então prefeita, Lidiane Leite (à época no PRB), fugiu. Segundo a PF, Lidiane participava de um esquema de desvio de dinheiro público destinado à merenda escolar e à reforma de escolas. Lidiane ficou foragida durante 39 dias até se entregar à PF. A ex-prefeita ficou famosa por postar fotos em que aparecia esbanjando um padrão de vida luxuoso e ganhou o apelido de "prefeita ostentação". Para justificar o padrão elevado de vida da ex-prefeita, o advogado de Lidiane, Carlos Sérgio de Carvalho, disse que entre as fontes de sua fortuna estava um "namorado rico". "O atual namorado dela, com quem está há quatro meses, tem condições financeiras boas. Ele é um dos jovens mais ricos do interior do Maranhão", disse o advogado. Leia mais

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