Comissão aprova sigilo em investigações de acidentes aéreos
A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados aprovou nessa quarta-feira (10) o Projeto de Lei 2453/07, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do tráfego aéreo, que assegura a inviolabilidade de informações e depoimentos recolhidos em investigações do Sistema de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer). A proposta também normatiza os procedimentos e competências nas investigações do órgão.
O relator do projeto, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), recomendou a aprovação do substitutivo da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Segundo o relator, o substitutivo acentua o caráter exclusivamente preventivo de manifestações, provas e conclusões derivadas de investigações do Sipaer.
A lei prevê investigações em separado para outros fins que não a prevenção de acidentes, mas a precedência é garantida às investigações no âmbito do Sipaer. É prevista ainda a cooperação da Aeronáutica com a investigação policial, mas é vedada a conclusão de investigação do Sipaer como prova de culpa, e fica assegurado o sigilo das fontes.
Macris afirma que a proposta cumpre a finalidade principal de conferir status de lei às normas e práticas de investigação de acidentes aeronáuticos recomendadas pela Organização de Aviação Civil Internacional.
A falta de uma legislação específica sobre o tema tem criado dificuldades para o Sipaer assegurar o cumprimento de norma firmada no âmbito das Nações Unidas, segundo a qual as investigações aeronáuticas devem servir exclusivamente ao propósito de prevenir acidentes.
A base dessa diretriz é o fato de que a grande maioria das pessoas só se dispõe a colaborar com investigações se suas declarações não lhes causarem prejuízo. Pilotos e controladores de vôo, por exemplo, ficam normalmente receosos de colaborar com as apurações se os diálogos ou informações prestadas contribuírem para corresponsabilizá-los em acidentes.
O relator explica que o objetivo da investigação aeronáutica é reunir o máximo de informações sobre os acidentes sem a preocupação de identificar responsáveis, mas de propor, ao final do processo, recomendações de segurança.
O projeto será analisado agora pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votado pelo Plenário.
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