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Presidente dos Correios diz que fica no cargo e garante contratos com MTA

Camila Campanerut*<br>Do UOL Notícias

Em Brasília

20/09/2010 17h37Atualizada em 20/09/2010 18h09

O presidente dos Correios, David José de Matos, afirmou na tarde desta segunda-feira (20) que irá se manter no comando da empresa e garantiu que os contratos com a MTA serão mantidos, negando rumores de que também seria afastado dos Correios com a queda de Erenice Guerra, que o nomeou. "Enquanto eu sentir que minha presença na instituição é aconselhável [ficarei]. Não se falou em nenhum momento em me afastar", disse.

Sobre os contratos dos Correios com a empresa aérea de cargas Master Top Airlines (MTA), que geraram a demissão do diretor de operações Eduardo Arthur Rodrigues Silva, David Matos afirmou que todos os documentos são legais. “A empresa ganhou licitação, não tem porque romper os contratos. A empresa está funcionando regularmente, a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] dá a licença para ela voar.

Rodrigues Silva tinha ligações com a MTA, pivô da crise que derrubou a ex-ministra Erenice Guerra na semana passada. Segundo as denúncias, ele atuaria para transformar a MTA na empresa de carga aérea oficial dos Correios após as eleições. Ele seria ainda o testa de ferro do empresário argentino Alfonso Rey, dono da MTA.

David José de Matos disse que não conhecia o diretor de operações, coronel Rodrigues Silva, antes de ser nomeado para o cargo, ainda este ano. "Eu o conheci no dia 29 de julho. Foi o dia em que fui apresentado. Nunca o vi, nunca conversei com ele [antes disso]", disse Matos.

O presidente dos Correios também elogiou a postura pró-ativa do diretor de operações durante o período que trabalharam juntos e fez um apelo ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para se manifestar em relação às denúncias que envolvem a estatal. "Os Correios, na verdade, estão precisando do apoio do presidente", disse.

Em defesa do diretor

Em defesa do diretor Eduardo Rodrigues Silva, Matos disse que até 2008, o coronel era dono da Martel, que representava a MTA junto à Anac, mas nunca junto aos Correios. "Uma pessoa que trabalhou numa empresa privada não pode trabalhar em uma organização pública?", questionou.

A assessoria de imprensa dos Correios também distribuiu à imprensa um certificado com "duração ilimitada" em favor da MTA, emitido pela Anac, constando que a empresa cumpriu todos os requisitos exigidos pela agência. O documento está assinado pelo superintendente de segurança operacional da Anac, Carlos Eduardo Magalhães da Silveira Pellegrino, com data de 09 de dezembro de 2009.

Outros documentos também apresentados pelos Correios nesta segunda-feira foram uma certidão informando que não constam inscrições de dívida ativa da MTA na Procuradoria Geral da Fazenda e um cCertificado de regularidade do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), com validade de 06 setembro de 2010 a 05 de outubro de 2010.

*Com Agência Brasil