Erenice Guerra depõe por 4h à PF; jornalista do caso do vazamento da Receita também é ouvido
A ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra depôs por cerca de quatro horas na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, na manhã desta segunda-feira (25) sobre as acusações de tráfico de influência envolvendo seus filhos e servidores dentro da Casa Civil durante sua gestão. Por volta das 13h30, Erenice deixou o prédio sem falar com os jornalistas.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal, a ex-ministra respondeu a mais de 100 perguntas e colocou à disposição da Justiça seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Erenice deixou a Casa Civil após denúncias de que seu filho, Israel, intermediava negócios de empresas com o governo. Cerca de 20 pessoas já foram ouvidas no caso.
O ex-assessor da Casa Civil, Vinícius Castro, foi acusado de ser parceiro de Israel no suposto tráfico de influência no ministério. A mãe dele, Sônia Castro, é sócia da empresa de consultoria Capital Assessoria, empresa em nome de Saulo Guerra, filho de Erenice, e era usada para fazer contratos para viabilizar projetos do governo mediante "taxa de sucesso".
Uma das denúncias que pesam sobre Israel Guerra é a do consultor Rubnei Quícoli. Segundo ele, Israel cobrava para ajudar a intermediar a liberação de crédito no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Quícoli atuava para a empresa EDRB, que buscava empréstimo de R$ 2,25 bilhões para construção de um parque solar no Nordeste. De acordo com Quicoli, a Casa Civil deu a orientação para que ele procurasse a Capital Assessoria.
Outra denúncia publicada pela revista "Veja" indica que Erenice Guerra também teria atuado para viabilizar negócios nos Correios, intermediados pela empresa de consultoria de Israel. Conforme a reportagem, Erenice teria se reunido quatro vezes, fora da agenda oficial, com o empresário Fábio Baracat, ex-sócio da MTA Linhas Aéreas, que atua com transporte de correspondências para os Correios.
Receitagate
Em paralelo, para ser ouvido por outro inquérito, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. chegou por volta das 9h45 para prestar esclarecimentos sobre o vazamento de dados sigilosos de aliados tucanos do presidenciável José Serra (PSDB). No início da tarde, Amaury Jr. ainda não havia deixado a PF.
Amaury Ribeiro Jr. é tido como o autor do dossiê anti-tucanos. Segundo outro depoimento dele, que vazou da PF, os documentos sigilosos foram copiados sem o seu consentimento pelo deputado estadual Rui Falcão (SP) – então um dos coordenadores de campanha de Dilma Rousseff (PT).
Para conseguir as informações, o jornalista teria pago para despachantes de São Paulo para obter os documentos da Receita Federal.
Em entrevista a Folha de S. Paulo, o jornalista afirma que a ordem para a elaboração do suposto dossiê seria liderada pelo deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), com intuito de encontrar informações contra o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves que, na ocasião, disputava internamente no partido com Serra quem sairia candidato à Presidência pela legenda.
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