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Assessor especial do ministro dos Transportes é exonerado

Do UOL Notícias

Em São Paulo

26/07/2011 09h21

O Diário Oficial da União (DOU) publicou nesta terça-feira (26) mais uma exoneração no Ministério dos Transportes. Segundo a decisão assinada pela ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, Wilson Wolter Filho deixou o cargo de assessor especial do ministro por iniciativa própria. 

Ontem, foi a vez do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), Luiz Antonio Pagot, pedir seu desligamento do cargo. Ele estava de férias, até então, e comunicou a exoneração na manhã de hoje (25) ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos

O comunicado de Pagot foi entregue ao ministro por meio de um representante e, no mesmo documento, Pagot pediu o cancelamento de suas férias, programadas até 4 de agosto. Ele estava afastado do cargo desde que a revista "Veja" publicou denúncias de pagamento de propinas, envolvendo o diretor-geral.

As denúncias envolvendo os Transportes provocou a saída do ex-ministro Alfredo Nascimento, que pediu demissão e resultou em uma série de pedidos de demissão e exonerações no ministério, no Dnit e na Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, estatal que cuida das obras de infraestrutura ferroviária.

Entenda a crise

A crise no Ministério dos Transportes foi detonada depois de a revista “Veja” publicar uma reportagem que acusa o PR de ter um esquema de financiamento eleitoral por meio de superfaturamento de obras. Pagot rebateu a denúncia. “O partido não usou o Dnit para buscar financiamento de qualquer tipo”, afirmou. “É normal que o escopo de uma obra comece de um jeito e termine maior, porque há muitas exigências novas.”

A presidente Dilma Rousseff decidiu pelos afastamentos de Pagot, do presidente da Valec (empresa pública do ramo de construções), José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha, o chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa, e o assessor Luiz Tito. A revista diz que esses órgãos buscavam 4% sobre o valor de faturas recebidas, em troca da vitória de corruptores em licitações. Assim, haveria superfaturamento garantido.

O antigo titular da pasta dos Transportes, o senador licenciado Alfredo Nascimento, foi o segundo ministro a deixar o governo Dilma após denúncias na imprensa. Antes disso, o principal assessor da presidente, Antonio Palocci, saiu da Casa Civil por conta da multiplicação de seu patrimônio no período entre 2006 e 2010, conforme noticiou o jornal “Folha de S.Paulo”.