Governo pede volta de PR à base, diz líder do partido na Câmara
Em reunião marcada fora da agenda oficial da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o líder do PR na Câmara dos Deputados, Lincoln Portela (PR-MG), afirmou que ele e o vice-líder do governo na Casa, Luciano Castro (PR-RR), foram chamados na manhã desta sexta-feira (19) pela ministra petista para que eles reconsiderem a decisão de sair do bloco de apoio ao governo no Congresso Nacional.
“Para dar a resposta, preciso falar com deputados, senadores. Não foi uma decisão de cúpula, mas uma decisão de todos. Não demos prazo para dar a resposta”, afirmou Portela sobre o pedido de volta da legenda ao grupo de parlamentares governistas.
Segundo o deputado mineiro, o pedido não foi apenas da ministra Ideli, mas do governo brasileiro. Lincoln admitiu ainda que o partido poderia voltar a integrar a base aliada. “Essa conversa [com a ministra das Relações Institucionais] é uma prova de que buscamos entendimento. Voltar é possível, mas de uma forma mais ‘transparente’”, argumentou.
Contudo, Lincoln reforçou que, com a decisão de sair da base, o PR havia anunciado que colocava à disposição da presidente Dilma Rousseff os cargos ocupados por integrantes da legenda no governo. A exceção ficou por conta de Luciano Castro, que a pedido da presidente continuará no cargo de vice-líder do governo na Câmara.
A ministra Ideli Salvatti, por meio de sua assessoria de imprensa, não confirma a versão do parlamentar.
A iniciativa do PR de sair da base foi uma resposta à queda de Alfredo Nascimento do ministério dos Transportes e o afastamento de mais de 20 servidores da pasta após denúncias de pagamento de propinas e superfaturamento na pasta. Ao sair dos Transportes, Nascimento reassumiu o cargo de senador pelo Amazonas. Ele estava licenciado desde que fora convidado para integrar o ministério.
Nascimento também é presidente nacional do PR e teve como substituto na pasta, Pedro Sérgio Passos que, apesar de ser do PR, não era o nome mais cotado do partido a ocupar o posto. A conjunção destes fatores elevou a insatisfação dos cerca de 40 deputados e sete senadores do PR a anunciar a retirada do apoio oficial à presidente no Congresso.
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