"Pude coroar minha carreira de magistrado", diz Peluso em cerimônia antes de se aposentar

O ministro Cezar Peluso, que se aposenta no próximo dia 3, foi homenageado hoje pelos colegas no Supremo Tribunal Federal, onde participou de sua última sessão como membro da Segunda Turma do STF. Peluso aposenta-se compulsoriamente no próximo dia 3, quando completa 70 anos de idade, e foi homenageado pelos colegas.

“Vejo-me na contingência de celebrar esta despedida”, disse, ao agradecer as manifestações. “Foi com vossas excelências que pude, na verdade, coroar minha carreira de magistrado”, afirmou. “De todos tenho recebido demonstração de apreço, amizade e, mais do que isso, de aprendizado, não apenas da relação pessoal, mas, sobretudo no tratamento das causas mais relevantes que o Judiciário brasileiro enfrenta.”

O ministro Gilmar Mendes disse lamentar a saída do colega. “Nós, neste momento, certamente com uma ponta de tristeza, deploramos esse instituto da aposentadoria compulsória, que faz  com que alguém com plena vitalidade, com essa agilidade mental que ele revela em todos os embates, tenha que nos deixar por imposição constitucional e legal”, afirmou.

Os membros da Segunda Turma também manifestaram admiração pelo colega. “Desde a sua chegada a esta Corte, o ministro Cezar Peluso revelou-se um magistrado exemplar, atuando de forma dedicada, denodada e com brilhantismo, como indicam todas as suas participações no plenário e nesta turma e, também, na gestão administrativa à frente do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”, afirmou o ministro Gilmar Mendes.

Competência

O decano da Corte, ministro Celso de Mello, também prestou homenagem. "Sua excelência, todos sabemos, tem sido um grande magistrado, um grande juiz nesta Suprema Corte”, afirmou, lembrando que o ministro já se havia notabilizado em São Paulo, antes de chegar à Corte Suprema, por ser um juiz “não só correto, mas também extremamente competente”. Segundo o decano, o ministro Cezar Peluso “não só esteve à altura dos melhores momentos do STF, como também representou com muita dignidade a magistratura do Estado de São Paulo”. Juiz de carreira, o ministro Cezar Peluso foi juiz de primeiro grau e, posteriormente, desembargador do Tribunal de Justiça paulista (TJ-SP), antes de chegar ao Supremo.

Ricardo Lewandowski seguiu a mesma linha -- ele observou que esta é a segunda vez que convive com o ministro Cezar Peluso. A primeira vez foi como desembargador do TJ-SP, embora ambos atuassem em câmaras e sessões diferentes. “Mas, desde lá, aprendi a admirá-lo”, afirmou. “Sua excelência sempre primou pela sua probidade, retidão de caráter, amizade que dedicava aos colegas e, sobretudo, pela dedicação à magistratura”. E, no STF, como afirmou Lewandowski, foram confirmadas tais qualidades.

“Olhando para a trajetória do ministro Cezar Peluso, eu vejo nele uma vocação absolutamente confirmada para a magistratura”, disse ainda o ministro. “Não é um juiz bissexto. É um juiz talhado para essa nobilíssima carreira. Técnico, eminentemente profissional, mas ao mesmo tempo sensível. Suas decisões já eram conhecidas na primeira e na segunda instâncias e, agora, nesta última (instância), pela precisão cirúrgica com que são vazadas”, afirmou.

Todos os ministros desejaram boa sorte ao colega. Nesses termos se manifestou, também, o ministro Joaquim Barbosa.

*Com informações do STF