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Não fiz o Pão de Açúcar, diz Paes ao defender Banco Imobiliário com obras da Prefeitura do Rio

Imagem da capa do jogo "Banco Imobiliário - Cidade Olímpica". Lançado pela Estrela para marcar a chegada dos Jogos Olímpicos de 2016, jogo exalta obras do prefeito Eduardo Paes - Reprodução
Imagem da capa do jogo "Banco Imobiliário - Cidade Olímpica". Lançado pela Estrela para marcar a chegada dos Jogos Olímpicos de 2016, jogo exalta obras do prefeito Eduardo Paes Imagem: Reprodução

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio

28/02/2013 15h29

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), afirmou nesta quinta-feira (28) não identificar qualquer tipo de ilegalidade em relação à versão "Cidade Olímpica" do jogo Banco Imobiliário, produzido pela Estrela em parceria com o governo municipal, e que está sendo distribuído para estudantes da rede pública --o brinquedo enaltece obras e ações realizadas pela gestão de Paes, tais como o sistema BRT, conhecido popularmente como Ligeirão, as Clínicas da Família e o Centro de Operações.

"Primeiro, isso foi feito depois da eleição. Depois, eu não fiz o Maracanã, o Sambódromo, não fiz o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, então não acho que tenha favorecimento. Só teria se tivesse lá: 'Eduardo Paes fez isso ou aquilo'. Não tem propaganda pessoal. O que você tem ali é o que acontece na cidade. Que bom que tem acontecido muita coisa", afirmou Paes.

Segundo o chefe do Executivo carioca, a ideia surgiu da própria empresa que fabrica a versão tradicional do Banco Imobiliário, e o projeto teria passado por todos os órgãos de controle da gestão municipal, o que inclui a Procuradoria. Nesta quinta-feira (28), o MPF (Ministério Público Federal) instaurou um inquérito para apurar irregularidades na compra de 20 mil unidades da versão "Cidade Olímpica" do jogo.

"Todas escolas municipais têm uma brinquedoteca, com Banco Imobiliário. O Banco Imobiliário do Rio foi uma proposta da Estrela, que a Secretaria de Educação achou conveniente e fizemos. Isso passou por todos os órgãos da prefeitura, pela Procuradoria, inclusive, e a gente entende que não há nenhuma ilegalidade nisso", afirmou o prefeito. "Vamos dar satisfação ao Ministério Público, informá-lo. O processo é assim", completou.

Inquérito

De acordo com o MPF, a versão do jogo “faz alusão às obras feitas pela atual gestão [municipal] e foi adquirido para ser distribuído nas escolas públicas municipais”. A prefeitura e o fabricante do brinquedo, a Estrela, serão notificados e terão dez dias para se defender.

O inquérito vai apurar como o acordo entre a Estrela e a prefeitura foi celebrado e se as verbas são oriundas da Educação. Ao fabricante caberá explicar como a prefeitura participou da definição do conteúdo do brinquedo. A prefeitura desembolsou R$ 1 milhão para aquisição do jogo.

A versão "Cidade Olímpica" do Banco Imobiliário tem o logotipo e projetos da gestão do prefeito Eduardo Paes, como a via expressa, museus e iniciativas para as Olimpíadas.

A Secretaria de Educação disse que não foi notificada do processo e explicou, em nota, que o Banco Imobiliário "é um jogo clássico" e que a nova versão é uma edição especial que "vai divulgar o Rio".

"Os professores podem utilizar o jogo de forma pedagógica, uma vez que disciplinas como geografia, história e matemática, e temas transversais, como a preservação cultural da cidade, podem ser trabalhados com os alunos", afirmou a Secretaria de Educação na nota.