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Polícia Legislativa libera dois manifestantes detidos em protestos contra Feliciano

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

27/03/2013 20h21

De acordo com diretor da Coordenação de Polícia Judiciária, que integra a Polícia Legislativa, Antonio Geraldo Martins, foram registrados nesta quarta-feira (27) dois boletins de ocorrência em decorrência das manifestações contra o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), e as duas pessoas foram ouvidas e já liberadas.

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Sobre o primeiro caso, o do antropólogo Marcelo Regis Pereira, Martins informou que quem decidirá se ele será preso ou não é a Polícia Legislativa e não o deputado, que pediu que ele se fosse retirado da sessão da Comissão de Direitos Humanos por estar gritando palavras de ordem contra o parlamentar.

“Segundo o deputado [Feliciano], ele [o manifestante Marcelo Regis Pereira]  o chamou de racista. Ele disse que não. [Disse] que estava falando palavras de ordem contra o racismo, dentre outras que eles estavam proferindo naquele momento”, afirmou o diretor.

Martins estimou que até a próxima semana o departamento poderá chegar a alguma conclusão sobre os dois casos, que se confirmarem poderão ser abertos termos circunstanciados.  A opção, de acordo com ele, seria o procedimento utilizado para delitos com penas menores, de até dois anos, no lugar da abertura de inquéritos policiais. 

O segundo caso, de acordo com o diretor da Polícia Legislativa, foi feito por iniciativa de Alysson Rodrigues, que se disse vítima de agressões por parte de agentes da Polícia Legislativa.

Depois de prestar depoimento, Rodrigues foi liberado e se encaminhou ao IML (Instituto Médico Legal) para confirmar a agressão.

Da mesma forma, um agente da Polícia Legislativa também registrou uma ocorrência de agressão por manifestantes e também foi ao IML. Ambos serão liberados depois do exame. 

“A primeira vista, não há necessidade de instaurar [um termo circunstanciado] nos dois casos. Mas a gente tem que analisar detalhadamente as imagens para tomar uma providência”, concluiu Martins. 

Entenda os casos

Nesta quarta-feira, dois manifestantes foram detidos pela Polícia Legislativa da Câmara. O primeiro chamou Feliciano de "racista", e o deputado pediu que a polícia "tomasse as devidas providências". O antropólogo Marcelo Regis Pereira já foi liberado, depois de prestar esclarecimentos.

O segundo tentou invadir o gabinete do deputado e foi impedido pelos agentes. De acordo com a Polícia Legislativa, o servidor público Allyson Rodrigues presta esclarecimentos como “vítima” e deverá fazer exames no IML (Instituto Médico Legal) para comprovar que a agressão que diz ter sofrido.

Durante a confusão, assessores de Feliciano e homens da Polícia Legislativa tentaram fazer um cordão de isolamento para impedir a invasão do gabinete do parlamentar.

Outros manifestantes relataram que foram agredidos e provocados por integrantes da Polícia Legislativa durante a tentativa de invasão do gabinete do parlamentar.

Antes disso, no momento de troca da de salas de audiência, que durou cerca de 20 minutos, houve empurra-empurra entre profissionais da imprensa, policiais e manifestantes. Todos, com exceção dos manifestantes, puderam entrar na sala de audiência que teve a segurança reforçada e uma das portas trancada. 

"Aquele senhor de barba vai sair preso daqui porque me chamou de racista", disse o deputado, citando o artigo 139 Código Penal, que trata de difamação. "Sou negro, pobre e gay, por isso que me prenderam", disse Marcelo Régis Pereira.