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Comissão de Ética dá 10 dias para Afif explicar como se manterá em 2 cargos

A presidente Dilma Rousseff durante a posse de Guilherme Afif Domingos na Secretaria da Micro e Pequena Empresa - Beto Nociti/Futura Press
A presidente Dilma Rousseff durante a posse de Guilherme Afif Domingos na Secretaria da Micro e Pequena Empresa Imagem: Beto Nociti/Futura Press

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

20/05/2013 18h40

O presidente da Comissão de Ética da Presidência da República, Américo Lacombe, afirmou, nesta segunda-feira (20), que dará ao novo ministro Guilherme Afif Domingos (Micro e Pequena Empresa) dez dias para ele se manifestar sobre como conseguirá conciliar o trabalho à frente da nova pasta e o cargo de vice-governador de São Paulo, para o qual foi eleito em 2010.

“Mandamos um ofício para que explique, em primeiro lugar, se renunciou aos vencimentos de um dos cargos. Eu sei que renunciou, mas quero [a manifestação] por escrito se mantém o gabinete de vice-governador e se abriu mão das prerrogativas decorrentes deste cargo. E, em segundo, o que ele faria ou fará se houver vacância do cargo do governador, se ele assume ou não assume”, resumiu Lacombe ao final da reunião mensal com os integrantes da comissão. 

Empossado no último dia 9 de maio, Afif afirmou que manteria os dois cargos. "Um vice não se licencia, um vice já é um licenciado, porque ele é stand-by, o que ocorre é exatamente o fato de que o vice é eleito e renúncia é um fato muito grave", afirmou na primeira entrevista coletiva após sua posse.

Na ocasião, Afif rejeitou a ideia de renunciar e disse não temer nem ver que criaria algum problema ético ou embaraço ao governo federal quando precisasse ir a São Paulo. "[Renúncia] Só por decisão judicial, se houver uma decisão judicial hoje, sim. Mas nada que indica, que me obriga a renunciar", afirmou à época.

Um dia antes da posse, Afif anunciou que abriria mão do salário de vice-governador para receber apenas o de ministro.

“Primeiro, nós vamos ver o que ele [Afif] responde a todas essas perguntas. Depois, nós vamos ver o que a gente faz. São informações. Não tem nada de abrir procedimento (...). Se tiver uma viagem ao exterior, ele vai ter de decidir se assume ou não assume a vaga de governador de São Paulo. Ele que sabe, vamos ver quais são as consequências”, completou Lacombe.

A assessoria de imprensa de Afif informou que ele ainda não foi notificado, mas que só irá se manifestar por meio de seus advogados.