Topo

Embate com a oposição sobre inflação será em outro momento, diz líder do governo na Câmara

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

12/06/2013 14h37

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu nesta quarta-feira (12) a estratégia da presidente Dilma Rousseff de não nomear os críticos das políticas econômicas adotadas pelo governo e criticou "figuras do mundo politico, especialmente a oposição", que apostam na inflação como "estratégia para disputar a eleição presidencial".

"Nós não estamos neste embate, nós estamos cuidando do Brasil. Ou seja, não estaremos passivos”, afirmou ele ao final da cerimônia de lançamento de uma linha de financiamento para a aquisição de móveis e eletrodomésticos aos beneficiários do Programa Minha Casa, Minha Vida. “Estamos esperando o momento apropriado para fazer o embate de realizações, o embate de ideias, inclusive no tema da inflação.”

O aumento da inflação e as medidas tomadas pela equipe econômica do governo federal foram, na avaliação das principais lideranças da oposição, os motivos para a queda na popularidade da presidente de 65% para 57%, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste fim de semana.

Durante seu discurso, Dilma disse no evento que a "situação real" vivida pelo Brasil é de inflação e contas públicas sob controle. Ela aproveitou para atacar aqueles que afirmam que a elevação dos preços pode fugir ao controle e fez questão de dizer que "não há a menor hipótese" de seu governo ser leniente com a inflação.

Ela também comparou os críticos ao governo –sem citar nomes-- a um personagem da obra “Os Lusíadas”, do escritor português Luís de Camões, o “velho do restelo”, que ficava fazendo comentários para criticar aqueles que se lançavam a novos desafios no mar. “Muitos velhos dos restelos apareceram nas margens das nossas praias. Hoje, o velho do restelo não pode, não deve e não terá a ultima palavra no Brasil”, afirmou.

Para a presidente, os opositores do governo que falam da volta da inflação terão o mesmo insucesso que os que apostaram na falta de energia no país -- e “erraram”.

Nos 12 meses finalizados em abril, a inflação acumulou alta de 6,49% e voltou a se aproximar do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 6,5%.

Segundo Chinaglia, a perda da popularidade da presidente pode ser recuperada com a participação dela em agendas positivas, como a oferta de crédito à população. O deputado disse acreditar que ela será beneficiada pelo novo programa, o “Minha Casa Melhor”, porque atuará justamente na parte mais carente da população atingida com aumento dos preços dos alimentos.

“Durante um período sazonal onde produtos alimentícios aumentaram de preço, é evidente que entre as mulheres teria havido uma queda maior [na popularidade da presidente] porque as mulheres é que vão fazer compras (...). Ela [Dilma] vem promovendo um aperfeiçoamento dos programas [sociais] e evidentemente tem uma consequência positiva nas pessoas que vão julgar o governo não só por um aspecto”, afirmou.

O Minha Casa Melhor irá oferecer crédito até R$ 5.000 com taxa de juros a 5% ao ano aos beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida, por meio da Caixa Econômica Federal, para compra de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis.