Justiça afasta vereadores envolvidos com a "farra das vassouras" no interior do Ceará

A Justiça do Ceará decidiu afastar, nesta terça-feira (10), o presidente da Câmara de Juazeiro do Norte (548 km de Fortaleza), Antonio Alves de Almeida, o Antônio de Lunga (PSC), e primeiro-secretário da Casa, Ronaldo Gomes de Lira (PMDB).

Os dois são os responsáveis por compras de itens em quantidade bem superior às necessárias do legislativo do interior cearense --como 4.200 vassouras, 2,5 toneladas de sabão, 1.368 garrafas de água sanitária e 2.400 unidades de lustra móveis.

O caso --tornado público em agosto pelo do vereador Danty Benedito (PTN)-- é investigado pelo MP (Ministério Público Estadual) e pela Polícia Civil e ficou conhecido como "farra das Vassouras".

Após o afastamento, manifestantes ocuparam a sede da Câmara para forçar os vereadores a cassarem o mandato dos responsáveis pelas compras.

Eles também pedem a saída do prefeito Raimundo Macedo (PMDB). 

O pedido do afastamento foi feito pelo MP e tramita em segredo de Justiça. A decisão é da juíza Ana Raquel Colares dos Santos Linard, titular da 1ª Vara Criminal de Juazeiro do Norte. A sentença define que eles os dois estão impedidos de exercer o mandato até o fim da instrução criminal.

Segundo a ação, foi detectado que parte dos produtos está fora do prazo de validade.

No último dia 24, a Polícia Civil no Ceará apreendeu computadores, documentos e notas fiscais suspeitas na Câmara de Vereadores do município, durante a "Operação Faxina", em conjunto com a Polícia Militar.

Dentro do gabinete do presidente da Casa, Antonio Alves de Almeida foi encontrada uma nota fiscal no valor de R$ 27 mil referente à compra de açúcar. Existe a suspeita de superfaturamento dos valores dos documentos.

Na semana passada, o TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) realizou uma inspeção nas contas de 2013 da Câmara de Juazeiro do Norte para fiscalizar as despesas realizadas na atual gestão. O resultado ainda não foi divulgado.

O UOL ligou para os celulares dos dois vereadores afastados. No caso do presidente Antônio de Lunga, as ligações não foram atendidas. Já a esposa do vereador Ronaldo Gomes de Lira atendeu a ligação, mas disse que não estava com ele no momento, nem poderia se manifestar sobre o afastamento.