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Sarney deixa política e ataca governo Dilma: 'desprezo e ingratidão'

Ex-senador fez críticas à decisão da Petrobras de cancelar a construção de refinaria no MA e à política econômica de Dilma Imagem: Pedro França/Agência Senado

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

01/02/2015 14h16Atualizada em 04/02/2015 15h22

No dia em que se despediu da política, o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) fez duras críticas ao governo Dilma Rousseff em sua coluna publicada semanalmente no jornal “O Estado do Maranhão”, de propriedade de sua família.

O alvo principal da crítica neste domingo (1º) foi o cancelamento, anunciado na quarta-feira (28) pela Petrobras, da construção da refinaria Premium 1, cuja obras estavam em andamento em Bacabeira (53 km de São Luís).

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“O Maranhão recebeu apático uma decisão que é uma manifestação de discriminação, desprezo, ingratidão e injustiça. Que culpa tem o Maranhão pela corrupção e pela bagunça da Petrobras? Pagamos nós pela Lava Jato!”, questionou Sarney, seguindo: “O Maranhão esperou 30 anos por um grande projeto de estrutura de base, para mostrar que o Brasil não pode continuar a ser dois Brasis, um rico e um pobre.”

Ainda segundo o senador, é hora do Estado se unir para que as obras sejam retomadas. Ele defende uma "luta" dos nomes maranhenses pela retorno das obras.

“Eu não aceito essa decisão de acabar com a refinaria em nossa terra. Falta de dinheiro na Petrobras! Por que não abrir a empresas estrangeiras a construção? Aí estão capitais chineses, americanos, ingleses, holandeses, sauditas, árabes e tantos outros. Posso não estar mais vivo, mas sei que, se mantivermos a luta, classes empresariais, povo, governo, todos unidos, essa decisão será revertida e um dia vamos ver a refinaria do Maranhão”, escreveu.

Segundo dados de balanços da Petrobras, a refinaria Premium 1 já teve investimentos federais, desde 2007, de R$ 1,8 bilhão --em valores não-atualizados monetariamente.

Além da obra no Maranhão, a Petrobras também anunciou que desistiu da refinaria Premium 2, no Ceará, que já teve mais de R$ 1 bilhão em investimentos.

Em nota, o governo do Maranhão --comandado por Flávio Dino (PCdoB), opositor histórico dos Sarney-- também criticou o governo federal e disse está “pronto a dialogar com a Petrobras para a retomada de investimentos no Maranhão, sendo sanados os erros técnicos do projeto original, que não são de responsabilidade do povo maranhense.”

Política econômica "hostil"

As críticas do ex-senador e aliado da presidente não se restringiram à refinaria e chegaram à política econômica de Dilma.

“Os fundos de participação dos Estados são contidos em limites precários, incapazes de fazer a diferença. Não há incentivos efetivos aos empréstimos dos bancos de desenvolvimento, como taxas de juro diferenciadas das dos estados ricos. A área econômica do governo é indiferente, ou mesmo hostil, a medidas que possam fazer os estados pobres competitivos, capazes de atrair investimentos que normalmente vão para os estados ricos”, alegou Sarney.

Durante a campanha eleitoral de 2014, Sarney e sua família fizeram campanha para a reeleição de Dilma. Apesar disso, imagens feitas pela "TV Amapá" no dia da votação mostraram que o ex-senador apertou o 45, votando em Aécio Neves (PSDB).

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