Ex-chefe da Casa Civil de Roseana é preso dentro de avião em São Luís
Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL, em Maceió
25/09/2015 14h31Atualizada em 25/09/2015 15h03
O ex-chefe da Casa Civil no governo de Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão, João Abreu, foi preso no início da tarde desta sexta-feira (25), no aeroporto de São Luís. A informação é da Polícia Civil do Maranhão.
Abreu teve a prisão decretada nessa quinta-feira (24) pelo juiz Osmar Gomes, responsável pela Central de Inquéritos, após ser indiciado por crime de corrupção.
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Ele era aguardado por policiais na chegada à capital maranhense. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Augusto Barros, Abreu foi preso ainda dentro da aeronave da TAM que vinha de São Paulo. Não houve resistência à prisão.
Abreu está sendo levado para a Superintendência Estadual de Investigações Criminais, onde será interrogado. Ainda não foi definido o presídio para onde ele será encaminhado.
O assessor assumiu em 25 de fevereiro de 2013, mas já tinha passado pelo cargo em mandatos anteriores de Roseana, que governou o Estado de 1995 a 2002 e 2009 a 2014.
Propina de Youssef
João Abreu é acusado de receber R$ 3 milhões em propina do doleiro Alberto Youssef para intermediar o pagamento de um precatório à construtora Constran. No final de agosto, Abreu foi indiciado por corrupção.
O acordo que teria sido fechado com pagamento de propina pelo governo do Maranhão com a construtora resultou no acerto de pagamento de R$ 114 milhões à empreiteira envolvida na operação Lava Jato. Segundo as investigações, Abreu cobrou e recebeu do doleiro R$ 3 milhões para agilizar o acordo.
O doleiro Alberto Youssef foi preso em um hotel de luxo na capital maranhense no dia 17 de março de 2014. Ele estaria na cidade para pagar propina a João Abreu. A prisão desencadeou a Lava Jato.
O UOL tentou falar com o advogado Carlos Seabra, que defende João Abreu, mas ele não atendeu as ligações. Em outra ocasião, ele negou que seu cliente tivesse recebido qualquer tipo de pagamento irregular.
O acordo entre governo e Constran foi fechado no dia 23 de novembro de 2013, com a autorização da juíza da 1ª Vara da Fazenda Pública, Luiza Neponucena. O pagamento autorizado era referente à dívida gerada por obras rodoviárias executadas nos anos 1980, e o acordo foi pago em valor integral, sem deságio --apenas com desconto de juros.
Em apenas 33 dias após a assinatura, a Constran recebeu a primeira parcela do acordo: R$ 4,7 milhões, furando uma longa fila existente de precatórios no Estado que deveriam ter sido pagos antes.
Ao todo, foram pagas sete parcelas. Em junho, quando o caso veio à tona, a Justiça suspendeu o acordo. Até agora foram pagos R$ 34 milhões do acordo.
A nova gestão do governo do Maranhão fez uma auditoria sobre o precatório e concluiu que houve dano aos cofres públicos –já que o débito seria de menos de R$ 50 milhões.