'Não dá para ficar tomando jato de água', diz manifestante em SP
Marcelo Freire
Do UOL, em São Paulo
18/03/2016 12h40
"A gente ficou até onde deu para ficar", disse a cozinheira Renata Lutti, 50, sobre a remoção das barracas que ocuparam um trecho da av. Paulista, em São Paulo, por cerca de 40 horas. "Não dá para ficar tomando jato d'água e bomba de caminhão"
Segundo a cozinheira, os manifestantes e a polícia tinham um acordo de que iriam desbloquear a avenida hoje e retornar depois do ato do PT, marcado para começar às 16h no vão livre do Masp. "Essa é a ideia e não entrar em confronto. A gente entendeu que não tinha como ficar lá. Vamos sair e, a partir das 18h, voltar e continuar a vigília."
"O que tentamos foi tirar os outros, que estavam mais exaltados, só que a gente não conseguiu, não dá. Cada um faz o que quer", explicou Renata. O grupo de manifestantes não possui uma liderança definida. Vários se conheceram nos últimos dias, no local ou através de grupos de WhatsApp.
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Para remover os cerca de 40 manifestantes que amanheceram acampados na Paulista, a polícia utilizou jatos de água e bombas de efeito moral. Não foram disparados tiros de borracha, como em outras manifestações recentes na cidade, e ninguém ficou ferido. Apesar do conflito desta sexta-feira (18), a vigília dos manifestantes é, de forma geral, pacífica e com um discurso de apoio à polícia.
A avenida foi desbloqueada por volta das 9h10, após ação que utilizou dois caminhões do choque e por volta de 20 policiais. Na sequência, cerca de 30 manifestantes foram para a avenida 9 de Julho e bloquearam parcialmente a via sentido centro (a faixa de ônibus seguiu liberada). O ato dispersou perto das 12h, e o trânsito flui normalmente.