Apesar de decisão judicial, movimento pró-Lula mantém atos e critica Justiça
Do UOL, em São Paulo
08/05/2017 15h39
Após decisão da Justiça do Paraná de barrar o acampamento do MST (Movimento dos Sem-Terra) em Curitiba, a Frente Brasil Popular decidiu manter “todas as mobilizações, caravanas e as atividades previstas na programação”.
A Frente fez uma programação para a capital paranaense para acompanhar o depoimento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. A audiência na sede da Justiça Federal em Curitiba está marcada para quarta-feira (10).
“A Frente Brasil Popular repudia as decisões da prefeitura e de setores do Judiciário, que, através de medidas antidemocráticas, proibiram a realização do acampamento para receber as caravanas de fora de Curitiba e a montagem de estrutura para os atos previstos para os dias 9 e 10 de maio”, diz o movimento, que reúne apoiadores do ex-presidente.
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Em nota, o grupo criticou a Justiça. “Essas medidas são claras evidências da tentativa de restringir o direito à livre manifestação, que foi chamada de forma pacífica e transparente”.
“Nós ocuparemos as ruas com o povo brasileiro que saiu dos quatro cantos do país com as caravanas. Por isso, conclamamos os movimentos sociais a participarem e mobilizarem para as atividades políticas e culturais que estão mantidas”.
Acampamento proibido
Na semana passada, a juíza Diele Denardin Zydek, do TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná), barrou que acampamentos sejam montados na capital paranaense por ocasião do depoimento de Lula. A decisão é decorrente de um pedido da Prefeitura de Curitiba.
A prefeitura havia afirmado que "milhares de manifestantes oriundos de outras cidades e Estados se deslocarão até as proximidades da Justiça Federal" e que havia "notícias de que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra requereu local para montar sua estrutura e acampamento, sob pena de ocupar as ruas e praças de Curitiba".
Ao determinar a proibição, a juíza disse que "há que se diferenciar a garantia de livre manifestação da ocupação de bem público".
"O direito da manifestação não se confunde com a possibilidade de ocupação de bens públicos ou particulares", afirmou.
No último sábado (6), o juiz pediu, em vídeo publicado no Facebook, que manifestantes a favor da Operação Lava Jato, não se dirijam a Curitiba.