Ministro diz que fala de "fingir que trabalha" não era para todos os médicos
O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirmou, nesta quinta-feira (20), que a fala dele na semana passada de que “o médico [tem de] parar de fingir que trabalha” não era destinada a todos da categoria.
Na última quinta (13), Barros declarou: "Vamos parar de fingir que pagamos o médico e o médico parar de fingir que trabalha”. Hoje, porém, disse que houve uma “generalização” e se referia somente aos profissionais que não cumprem a devida carga horária.
“Tivemos a solidariedade da semana passada, onde tratamos de pagar melhor os médicos e exigir que cumpram os horários nas unidades básicas. Me referi exclusivamente a esses profissionais que não cumprem seu horário. [...] Então, aos profissionais médicos que estavam nesse caso específico de profissionais, que não se sintam ofendidos. Nós não nos referimos a vocês todos”, explicou.
Ele ainda falou que a polêmica “atende a vários interesses, menos o da saúde” e que a frase foi tirada de contexto, tendo ele usado uma “figura de linguagem”. A declaração que gerou polêmica aconteceu durante discurso em evento para anunciar a reaplicação de R$ 1,7 bilhão no SUS. Na ocasião, Barros defendia um aumento de salário para os médicos, mas criticou quem não trabalhava quanto deveria.
Ricardo Barros também defendeu que nenhum ministro dialoga tanto quanto ele com os médicos. “Ninguém mais do que eu faz tanto diálogo com a categoria médica. Nenhum outro ministro é tão sensível à categoria como eu. Faço questão de dialogar, para aprender quais são os problemas."
Nesta quinta, o governo promoveu o segundo evento no período de uma semana para anunciar a reaplicação de recursos do Ministério da Saúde. De acordo com o governo, serão reaplicados R$ 344,3 milhões economizados pela pasta para a saúde bucal no SUS (Sistema Único de Saúde). A iniciativa vai permitir a compra de 10 mil cadeiras odontológicas, 2.299 novas equipes e o credenciamento de 34 Unidades Odontológicas Móveis. Parte desse montante --R$ 89,9 milhões--, porém, já havia sido anunciado na semana passada.
Questionado se os anúncios e eventos seriam realizados para agradar aos parlamentares para que votassem pela rejeição da denúncia contra o presidente Michel Temer apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) no plenário da Câmara, Barros negou.
“A base parlamentar do governo está decidida. Os partidos fecharam questão e se posicionaram já sobre esse tema. Os anúncios que estão sendo feitos agora decorrem do conjunto da ação administrativa. Primeiro economizamos e depois anunciamos o reinvestimento”, argumentou.
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