Defesa de Cabral entra com ação para suspender leilão de bens do ex-governador
Paula Bianchi
Do UOL, no Rio
26/09/2017 20h23Atualizada em 27/09/2017 13h06
A defesa de Sérgio Cabral (PMDB) entrou com um recurso na 7ª Vara Criminal da Justiça Federal pedindo a suspensão do leilão dos bens do ex-governador do Rio de Janeiro. Entre os itens que a Justiça autorizou que sejam leiloados, estão alguns dos bens mais valiosos do peemedebista, como a sua casa no condomínio Portobelo, em Mangaratiba, prevista para ser leiloada no próximo dia 3 de outubro pelo preço mínimo de R$ 8 milhões.
Os advogados do ex-governador argumentam que Renato Guedes, escolhido pela Justiça para realizar o pregão, não preenche os pré-requisitos legais necessários para promover as vendas, entre eles estar registrado como leiloeiro no Estado há pelo menos três anos --segundo a defesa, o registro de Guedes no Estado é de 2015, o que iria contra essa regra.
Cabral está preso desde novembro passado, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
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Outro bem cuja propriedade é atribuída a Cabral e vai a pregão é a lancha Manhattan. Oficialmente, a embarcação pertence à empresa MPG Participações, controlada por Paulo Fernando Magalhães Pinto, ex-assessor do peemedebista e apontado como operador do ex-governador. Mas a Polícia Federal e o Ministério Público Federal dizem que o ex-governador é o verdadeiro dono do barco.
Na lista de bens a serem leiloados, também há três veículos. São dois jipes da marca Mitsubishi. Um está registrado em nome do Coelho e Ancelmo Advogados (escritório da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo), avaliado em R$ 120 mil; outro é da própria Adriana e foi avaliado em R$ 240 mil. Há ainda um Hyndai Azera, pertencente a Cabral, avaliado em R$ 76 mil.
Será posta em leilão também uma moto aquática, da marca Seadoo, modelo 2012, avaliada em R$ 45 mil, e um jetboat por R$ 50 mil.
No despacho em que determina o leilão, o juiz federal Marcelo Bretas afirma que o lance mínimo permitido para arrematar os bens será o da homologação dos valores da avaliação, "acrescido de custas e demais consectários legais".
Se não for alcançado o valor mínimo, haverá, no dia 11 de outubro, no mesmo horário e lugar, um segundo leilão. Nele, os bens poderão ser arrematados por valor não inferior a 80% do valor homologado.
O leilão está previsto para ocorrer no Foro da Justiça Federal Marilena Franco, na avenida Venezuela, zona portuária do Rio.