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Maia diz que presidente "concentra poder" e que Congresso terá protagonismo após denúncia

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, diz que Congresso terá mais protagonismo Imagem: Evaristo Sá/AFP Photo

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

24/10/2017 19h57Atualizada em 24/10/2017 20h15

A um dia da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara, o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (24) que o atual sistema presidencialista "concentra muito poder no presidente [da República]". Maia também declarou que a Câmara e o Senado terão "um protagonismo" para votar matérias relevantes para o país.

As declarações foram feitas depois que o deputado foi questionado sobre a eventual perda de poder de Temer após a denúncia, cujo resultado favorável ao peemedebista é tido como certo tanto pela base governista quanto pela oposição. Maia foi à Câmara pouco depois de se encontrar com Temer no Palácio do Planalto.

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Em conversa informal com jornalistas no cafezinho do anexo ao plenário da Câmara, Maia foi questionado se a relação entre ele e Temer já estava pacificada e se eles já estavam "amiguinhos para sempre". A resposta demonstrou que a animosidade dos últimos tempos, fruto da disputa entre DEM e PMDB por parlamentares, ainda persiste. "Em política não tem amiguinho, muito menos para sempre", comentou.

"É claro que o presidente do país de forma nenhuma perderá o seu poder após a denúncia se a decisão do plenário for rejeitar o encaminhamento da denúncia. E o presidente da Câmara e os deputados vão continuar com o mesmo espaço, com o mesmo poder, e ter um protagonismo junto com o Senado Federal de votar matérias relevantes para o Brasil", declarou.

Segundo o deputado, o Congresso tem um papel fundamental na agenda após a denúncia. "Espero que a partir da próxima semana a gente possa ter um pilar de agendas que representem o anseio da sociedade", disse. Maia afirmou, no entanto, que só vai falar sobre essas propostas depois da votação.

Sobre a estratégia anunciada pela oposição de não proporcionar o quórum mínimo de 342 deputados para colocar a denúncia em votação, o presidente da Câmara disse que o "regimento pode ser utilizado pela base e pela oposição". "É um direito que assiste a cada um entender sua estratégia política. Como o julgamento é político, a estratégia de cada um é política."

"Eu tenho dito desde a primeira denúncia que esse é um assunto tão grave que o importante para o Brasil é que ele possa se resolver o mais rápido possível. A gente resolveu a primeira denúncia, respeitando o regimento e Constituição, no tempo correto, e espero que amanhã a gente possa encerrar esse assunto também. É bom para o Brasil que a partir de quinta-feira o Brasil, o Congresso e o governo possam ter outra pauta que não seja denúncia", completou.

Sobre o rito da denúncia, ele disse que não fará nenhuma mudança com relação à primeira "para beneficiar ou o presidente ou a vontade da oposição".

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